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Estado de Minas COVID-19

Bebês de até um ano representam um terço das mortes de menores por COVID-19

Quase 10% dos óbitos nessa faixa etária são de recém-nascidos, aponta a Fiocruz. Pesquisador destaca importância da vacinação das mães


16/08/2021 04:00 - atualizado 15/08/2021 22:15

Uma em cada três mortes causadas pela COVID-19 em menores de 18 anos no Brasil em 2020 vitimou bebês de menos de 1 ano de idade. A conclusão é de um estudo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisaram 1.207 óbitos provocados pela doença entre menores de idade no ano passado, tendo como base os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade Infantil do Ministério da Saúde. As mortes por COVID-19 entre recém-nascidos (bebês com menos de 28 dias de vida) representaram 9% de todos os óbitos provocados pela doença entre crianças e adolescentes, enquanto bebês com idade entre 28 dias até menos de 1 ano responderam por 28% dessas mortes. Dados da pasta da Saúde em Minas Gerais apontam quadro similar no estado, onde 37 bebês de menos de um ano morreram de COVID-19 desde o início da pandemia.

A faixa etária de 1 ano concentrou 8% das mortes entre crianças e adolescentes e a de 2 anos, 5%. Com isso, as mortes de bebês de até 2 anos representaram cerca de 45% de todos os óbitos entre crianças e adolescentes por COVID-19 no Brasil em 2020.

A pesquisa foi coordenada por Cristiano Boccolini, integrante do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz. Ele alerta que é mais comum que crianças e adolescentes tenham formas assintomáticas de COVID-19, porém, eles não estão imunes aos quadros graves.

Boccolini ressalta que, para proteger as crianças, a vacinação de adultos deve ser acelerada, com prioridade para gestantes e lactantes. "Contudo, para conter a circulação do vírus e proteger nossas crianças, o uso de máscaras e o distanciamento social devem continuar, mesmo após a vacinação", afirma.

AMAMENTAÇÃO O pesquisador recomenda que mães com COVID-19 continuem a amamentar os filhos se ambos tiverem condições físicas para tal, já que os benefícios da amamentação superam em muito os riscos de contaminação. Para minimizar a chance de transmissão, é preciso reforçar os cuidados por meio do uso de máscaras PFF2 e N-95, além de higiene das mãos.

A Fiocruz reforça que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso universal de máscaras de proteção a partir dos 12 anos de idade. "Entre crianças menores, o uso deve ser supervisionado e avaliado caso a caso. Crianças com menos de 5 anos não devem ser obrigadas a usar máscaras", diz o texto.

EM MINAS A situação é similar em Minas Gerais, onde 29,13% das 127 mortes por COVID-19 a população com menos de 19 – as estatísticas do estado listam as faixas de até 1 ano, de 1 a 9 e de 10 a 19 – registradas desde o início da pandemia se concentram no abaixo do primeiro ano de vida. Da cordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) de sexta-feira (13/8) – os boletins publicados aos sábados e domingos apresentam apenas uma versão resumida da situação da pandemia – bebês com menos de 1 ano de idade representam 0,8% dos mais de 2 milhões de casos da doença no estado e 37 pacientes dessa faixa etária perderam a vida para a doença. Crianças de 1 a 9 anos são 2,6% dos casos – o documento não fornece os números absolutos de diagnósticos confirmados por faixa etária –, com 34 óbitos, enquanto a faixa o grupo de 10 a 19 representa 6,2% dos casos e registrou 56 mortes.
 
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
 
 

Aglomeração de risco

Apesar do novo formato determinado pela Prefeitura de Belo Horizonte para tentar evitar aglomerações na Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, o movimento de ontem foi intenso, com jeito de convite à propagação do novo coronavírus. Alguns visitantes transitavam sem máscaras e o público sem embolou em certos trechos, sem o distanciamento necessário para evitar a COVID-19. Reaberta em maio, depois de mais de quatro meses fechada, a feira ocupa, desde a reabertura após quarentena em 2020, um espaçomaior, da Praça Sete à Rua Guarajaras, justamente para evitar aglomerações. A máscara continua obrigatória e essencial na previsão contra a COVID-10. 


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