Um grupo de manifestantes se reuniu na manhã desta segunda-feira (16/8) na porta da CeasaMinas, na entrada do Entreposto de Contagem, para protestar contra a privatização da empresa. O governo federal anunciou que vai publicar o edital em outubro e o leilão de privatização está previsto para novembro.
Os trabalhadores alertam sobre os efeitos que a privatização da instituição terá para o aumento de tarifas para os produtores, risco de desabastecimento e, consequente, aumento dos preços dos alimentos para a população. Além dos prejuízos para a união, com o valor de venda anunciado abaixo do que a empresa vale.
Sania Barcelos, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais (SindSep-MG) aponta a maior preocupação com a privatização. "O principal objetivo da Ceasa é o escoamento de produção. Então temos mais de 4 mil produtores cadastrados e eles fazem a comercialização dos produtos a um baixo custo. Consequentemente, isso faz com que o alimento chegue a um preço justo na mesa do consumidor. O decreto que criou a Ceasa não prevê lucro, a empresa é única e exclusivamente para administrar o abastecimento alimentar. A partir do momento que for privatizado e o lucro passar a ser o objetivo maior, o consumidor final sentirá o aumento do preço dos insumos", ressalta.
Além disso, de acordo com o SindSep-MG, um levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avaliou a empresa com um valor de 10% do que ela realmente vale. Este levantamento mostra que o lance mínimo do leilão de privatização da CeasaMinas foi definido em R$ 253,2 milhões, mas o valor estimado da empresa é superior a R$ 2 bilhões.
Representantes dos gabinetes da deputada Beatriz Cerqueira (PT) e dos deputados Betão (PT) e Rogério Correia (PT) estiveram na manifestação, além do deputado Patrus Ananias (PT), que esteve pessoalmente. Representantes de outras categorias, petroleiros, publicitários, professores também participaram.