Um homem foi condenado a nove anos de prisão, em regime fechado, por tentativa de feminicídio. Ele ateou fogo no rosto da mulher durante uma briga por uso de drogas, em março de 2015, em Belo Horizonte. Ambos estavam em situação de rua quando o crime aconteceu.
O júri considerou que Paulo Henrique Norato da Silva cometeu tentativa de homicídio contra a companheira dele (feminicídio), com as qualificadoras de motivo torpe e meio cruel.
Inicialmente, o juiz Ricardo Sávio de Oliveira, do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, fixou a pena em 19 anos de prisão. Porém, como o réu confessou o crime, a pena foi reduzida em um ano. Depois, o magistrado ainda determinou a redução da pena pela metade, em razão da situação de rua de ambos e do desejo da vítima de morar novamente com o acusado.
O juiz autorizou que o homem recorra da sentença em liberdade.
Briga por uso de crack
Em 11 de março de 2015, o homem foi preso após jogar álcool e colocar fogo no rosto da mulher. O crime aconteceu no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo a vítima, a agressão aconteceu depois dela reclamar que o homem estava fazendo uso de crack.
Um investigador da Polícia Civil que trabalhava no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII acionou a Polícia Militar quando a mulher deu entrada no local com queimaduras no rosto e pescoço. Ela contou que a agressão aconteceu na rua Pasteur e foi o companheiro que jogou álcool em seu rosto.
Depois que a vítima foi encaminhada para o atendimento, o policial resolveu ficar na porta do hospital esperando que o agressor fosse ao local em busca de notícias da mulher. Assim que chegou à unidade de saúde, o homem foi abordado pelo investigador e confessou o crime.
A vítima confirmou a versão do policial civil e contou que o motivo da briga seria o acusado estar fumando crack e ela não concordar com essa atitude. Depois dela reclamar da situação, o morador de rua se irritou e jogou álcool contra ela.
Ainda de acordo com a vítima, um homem que trabalhava na rua pegou um cobertor e abafou as chamas, evitando que o fogo se espalhasse pelo seu corpo.
*Estagiária sob supervisão