Jornal Estado de Minas

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Câmara de São Sebastião do Paraíso obriga permissão de doulas

As maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada, ficam obrigados a permitir a presença de doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pela parturiente. É o que prevê projeto de lei aprovado em São Sebastião do Paraíso na noite dessa segunda-feira (16/8).




 
Para o texto se tornar lei no município do Sul de Minas, basta o prefeito sancionar o projeto. As doulas são mulheres capacitadas para proporcionar apoio continuado a outras mulheres, e aos seus companheiros e/ou outros familiares, com conforto físico, suporte emocional e cognitivo antes, durante e após o nascimento de seus filhos.
 

Atualmente, os partos acontecem em ambiente hospitalar rodeado por especialistas: o médico obstetra, a enfermeira, o anestesista, o pediatra, cada qual com sua especialidade e preocupação técnica pertinente.

 

“Cada vez maior, a hospitalização do parto deixou as nossas mulheres desenraizadas e isoladas, sem nenhum apoio psicossocial. A figura da doula surge justamente para preencher esta lacuna, suprindo a demanda de emoção e afeto neste momento de intensa importância e vulnerabilidade", diz trecho de justificativa do autor do projeto, vereador Lisandro José Monteiro.





 

"É o resgate de uma prática existente antes da institucionalização e medicalização da assistência ao parto”, complementa o legislador, que é presidente da Casa.

 

Doulas

 
Há doulas voluntárias, mas a profissionalização está em alta. De acordo com a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), doulas são acompanhantes de parto escolhidas livremente pelas gestantes e parturientes, que “visam prestar suporte contínuo à gestante no ciclo gravídico puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante”, com certificação ocupacional em curso para essa finalidade.

Um curso online de doulas custa de R$ 900 a R$ 1 mil. A remuneração da doula depende da gestante. Há trabalhos que custam de R$ 1 mil a R$ 3 mil por mês. O início do trabalho também é conforme o combinado antes do contrato. Há gestantes que contratam a doula assim que tomam conhecimento da gestação e outras do meio da gestação até quando deixam a maternidade.

A doula Amanda Jeremias ficou satisfeita com o resultado do projeto. “É uma garantia para a mãe, a família e a doula. A gente trabalha com mais tranquilidade”, disse.

A doula acompanha partos naturais e cesáreas intraparto (aquelas que são realizadas se necessário durante o parto normal), mas também atua fazendo a educação perinatal com a gestante e o acompanhante.  

audima