Na segunda-feira (23/8), a prefeitura de Belo Horizonte pretende oficializar a liberação do dobro de alunos nas salas de aula nas escolas municipais. O anúncio foi feito na manhã desta quinta (19/8) pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD).
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Em entrevista à TV Globo, o chefe do Executivo disse que a decisão foi tomada com base "em novos estudos", que indicam que a ampliação do público nas instituições de ensino é segura.
Consultado pelo Estado de Minas, o infectologista Carlos Starling, membro Comitê de Enfrentamento à COVID-19, explicou os critérios científicos que embasaram a decisão.
Segundo o médico, Kalil se refere a uma orientação publicada no início de agosto pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
O novo protocolo, diz Starling, reduziu de dois para um metro o distanciamento entre os estudantes dentro do ambiente escolar em cidades com mais de 100 infectados por 100 mil habitantes.
"Em Belo Horizonte, o índice está abaixo de 200 casos. A incidência ainda é alta. Porém, com essa premissa do CDC, já é seguro admitir mais alunos dentro das salas de aula", esclareceu o infectologista.
O especialista ressalta, contudo, que a agência americana manteve o uso de máscara para todos dentro do ambiente escolar - Veja abaixo todas as recomendações do CDC.
Variante Delta
Com três casos registrados na capital, a variante Delta do novo coronavírus preocupa o comitê de enfrentamento à pandemia, já que é mais contagiosa e leva os mais jovens não vacinados à internação . Segundo Starling, o grupo está atento ao avanço da cepa e às orientações da Anvisa sobre a vacinação de crianças e adolescentes. Nesta quinta, o órgão rejeitou a aplicação da CoronaVac nesta parteca da população.
Questionado se o município pretende iniciar a imunização ao público infanto-juvenil, a exemplo de outras capitais, o médico por enquanto descartou a hipótese.
Cinco capitais já vacinam adolescentes sem comorbidades. São elas: Rio Branco (AC), Manaus (AM), São Luís (MA), Campo Grande (MS) e Boa Vista (RR), que estão protegendo jovens a partir de 12 anos. Até o momento, o único produto aprovado para menores de 18 anos é o da Pfizer.
Regras atuais
As normas vigentes estabelecem que atividades presenciais estão autorizadas para os estudantes da educação infantil ao ensino médio na capital mineira.
As crianças de 0 a 5 anos retornaram no dia 21 de junho. Os estudantes do 1º ao 5º ano vão à escola desde 12 de julho. Os jovens do 6º ao 9º, desde 5 de agosto. Já os adolescentes do Ensino Médio retomaram as atividades em 23 de julho.
O número máximo de alunos varia conforme o tamanho das salas. O uso de máscara e o distanciamento de dois metros entre as carteiras é obrigatório para toda a comunidade escolar. Tanto para o ensino fundamental, quanto para o médio, as aulas ocorrem em modelo híbrido, ou seja, mesclam atividades presenciais e a distância.
Nas instituições municipais, os alunos são separados por bolhas, que não se misturam. Cada turma tem um banheiro exclusivo e o lanche é feito dentro de sala. As particulares, por sua vez, reabriram com 50% das turmas em modelo híbrido.