Jornal Estado de Minas

PÚBLICO NA PANDEMIA

Vendedores sentem mais segurança no Mineirão, mas reclamam de movimento

A vendedora Jéssica Alves e o vendedor de refrigerante e bala Adão Sérgio (foto: Izabel Ferraz/EM/DA Press)
Os ambulantes e vendedores que trabalham no entorno do Mineirão, na Pampulha, vibraram com o retorno da torcida do Cruzeiro e, também, com as regras mais rigorosas para a noite desta sexta-feira (20/8). Por outro lado, no entanto, não deixaram de reclamar o que consideraram "movimento ruim".





 

"Na quarta (18/8) nao tinha nem espaço pra trabalhar. Hoje, está mais organizado. Estou mais tranquila para trabalhar'', afirma a vendedora Jéssica Dias. 

 

Ela se refere ao movimento que marcou a volta da torcida ao Mineirão após um e meio, no confronto entre Atlético e River Plate, pela Copa Libertadores. Cenas de aglomerações rodaram o Brasil e forçaram com que prefeitura, clubes e concessionária determinassem novas regras.

 

''Tenho medo (da prefeitura ser obrigada a vetar novamente o público nos estádios), mas hoje está tão diferente que acho que dessa forma o público vai poder continuar indo aos jogos'', completa Jéssica.

 

Já o vendedor de pipoca Ademar da Silva, de 78 anos, reclamou do movimento. "Quarta-feira transbordou de gente", disse o senhor que trabalha há 50 anos como pipoqueiro.

 

 

 

"Parei os carrinhos de pipoca na pandemia. Mas não passei necessidade", complementa.





 

Expectativa após aglomeração


A volta da torcida em jogos realizados em Belo Horizonte, após a paralisação de um ano e meio causada pela pandemia, ocorreu na quarta-feira (18/8), com Atlético e River Plate pela Libertadores. E proporcionou cenas de aglomeração no entorno do Mineirão e em bares espalhados pela capital mineira. 

No dia seguinte, o prefeito de Belo Horizonte afirmou que "se desesperou" ao ver a cena no Mineirão. "Do jeito que está não vai ter, não. Isso foi um acerto entre o Mineirão e o Atlético. Quando vi aquela cena no Mineirão, eu desesperei. Ontem mesmo entrei em contato com o secretário de Saúde (Jackson Machado)", afirmou o mandatário em entrevista ao Bom dia Minas, da TV Globo.

Reunião nesta sexta-feira (20/8) entre Prefeitura de Belo Horizonte, América, Atlético, Cruzeiro e Mineirão definiram novas normas.

Confira as principais definições:


Barreira no entorno do estádio

Será feita uma operação semelhante à realizada na Copa do Mundo: só entra em um determinado perímetro quem tiver ingresso para o jogo. A prefeitura se comprometeu a instalar "barreiras" nas ruas a partir das quais só passarão moradores e quem tiver os tíquetes do duelo.



Reforço na fiscalização

Após a conclusão de que a fiscalização foi falha no jogo do Atlético, na última quarta (18/8), a Guarda Municipal e outros órgãos responsáveis (como os profissionais do Controle Urbanístico e Ambiental da PBH) se comprometeram a reforçar a operação em relação a ambulantes e "flanelinhas".

Horário de entrada

Para o jogo entre Cruzeiro e Confiança, na noite desta sexta-feira (20/8), o torcedor deverá entrar nas dependências do Mineirão até às 21h, portanto, meia hora antes do apito inicial. A medida tenta inibir as aglomerações que precedem a partida.

Mais orientações

A administradora do estádio se comprometeu a exibir as orientações de maneira ainda mais frequente do que ocorreu na partida entre Atlético e River Plate. Os agentes do Mineirão foram orientados a reforçar a fiscalização, falha na quarta.



Normas mantidas

Mesmo com os reforços, as principais normas para barrar a propagação da COVID-19 continuam. O uso de máscara e a manutenção do distanciamento social seguem obrigatórios, assim como a higienização frequente das mãos. Para ingressar no estádio, também é preciso apresentar teste negativo para o vírus (RT-PCR ou de antígenos).

As autoridades locais permitem o uso de 30% da lotação total do estádio. No caso do Mineirão, pouco menos de 18 mil ingressos são colocados à venda por partida. Na última quarta, 17.030 foram ao estádio acompanhar Atlético x River.

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