Mais estudantes da rede estadual de Minas Gerais e municipal de Belo Horizonte voltam às atividades presenciais a partir desta segunda-feira (23/8). No estado, alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental, do 1º ano do ensino médio e períodos restantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e cursos profissionalizantes são esperados para retornar às escolas. Já as instituições de educação da capital podem agora ampliar a quantidade de discentes ao mesmo tempo em sala de aula.
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Carretas e caminhonete batem, pegam fogo e uma pessoa morre Homem agride garota de programa em BH e acaba esfaqueadoMinas registra 17 mortes e mais 845 novos casos de COVID-19 em 24 horascoronavirusmgRetorno às aulas presenciais será obrigatório em MinasBH: escolas particulares recebem mais alunos nesta segunda (23/8)Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o território mineiro passa a contar com 1.758 escolas estaduais reabertas, em 284 municípios, para receber alunos e professores. Essas unidades atendem a um total de 990 mil alunos em todas as etapas de ensino. No modelo de ensino híbrido, há uma semana presencial em alternância com uma semana de atendimento remoto.
Além disso, com a nova atualização dos indicadores verificados pelo plano Minas Consciente, localidades que estavam na onda vermelha progrediram para a amarela ou verde, menos restritivas. Nessas faixas, todos os anos de escolaridade têm a retomada autorizada pela SEE/MG, desde que não exista decreto impeditivo por parte da prefeitura e seja da vontade das famílias.
De acordo com a pasta, o novo movimento só foi possível graças à melhoria dos índices epidemiológicos e garante que as escolas fizeram acompanhamento das primeiras unidades de ensino reabertas, reforçaram a segurança dos protocolos e do checklist de preparação para o recebimento de professores e alunos.
As unidades de ensino que estavam em onda vermelha, funcionando apenas com os anos iniciais, vão fazer o acolhimento dos professores das demais séries hoje e dar as boas-vindas aos estudantes na próxima segunda-feira (30/8).
“A SEE frisa que a volta presencial ocorre apenas nos municípios que não apresentam restrições. Por isso, é importante ficar atento às atualizações diárias, pois caso a cidade que possuía algum decreto impeditivo passe a autorizar o retorno, o acolhimento dos profissionais das escolas estaduais da localidade é imediatamente programada”, destacou o Executivo estadual em nota.
Escolas municipais de BH
A segunda-feira também começa com novidades para as escolas municipais de Belo Horizonte. A partir de hoje, as novas regras da prefeitura da capital passaram a permitir um distanciamento de apenas 1 metro entre os estudantes em sala de aula. Com isso, é previsto que mais alunos da rede retornem ao ambiente escolar.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMED), o protocolo de prevenção da COVID-19 nas instituições continua o mesmo com relação à preservação de isolamento em agrupamentos, as chamadas 'bolhas', além de rotinas de higienização de ambientes entre uso e das mãos, entradas escalonadas e todos os outros que vêm sendo cumpridos.
O retorno do ensino presencial na rede municipal de BH teve início em 21 de junho, com as crianças de 0 a 5 anos. Em seguida, no dia 12 julho, foi a vez dos estudantes do 1º ao 5º ano, e em 5 de agosto, do 6º ao 9º. Já os adolescentes do ensino médio retomaram as atividades em 23 de julho.
“O que muda é a quantidade de crianças que poderão integrar a mesma bolha, já que o distanciamento obrigatório entre elas diminui de 2 metros para 1 metro. Portanto, a mudança não é tanto de rotinas de segurança e sim da possibilidade de termos mais crianças na mesma sala e com isso aumentarmos o número de dias de frequência no rodízio, que ainda deve ser necessário, principalmente no ensino fundamental”, afirmou a SMED em nota.
No entanto, para a diretora do Sindicato dos trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Vanessa Portugal, a mudança nas regras é equivocada neste momento da pandemia. “A nossa avaliação é que há incongruência em relação a isso. No mesmo dia que estava havendo aumento no índice de transmissão e internações, a prefeitura definiu por ampliar o número de alunos na sala de aula. É uma medida equivocada neste momento. A partir das escolas públicas, que é o que conhecemos, as salas de aulas são pequenas e a ventilação é muito variável nas escolas”, disse a sindicalista.
Uma das maiores preocupações dos professores é garantir a segurança dos estudantes, principalmente das crianças menores, que não entendem a gravidade no contágio do coronavírus ao compartilhar o mesmo material ou comida.
“É o que dissemos desde o início. É impossível não ter a troca ou garantir que vão ficar de máscara o tempo todo. Tem crianças que possuem algum tipo de deficiência e não conseguem ficar de máscara. Isso está acontecendo dentro das salas e nos espaços recreativos. Isso fica pior com o aumento do número de crianças dentro da sala. Isso acontece desde o primeiro dia, um dos motivos que a gente via que não tinha condição do retorno”, disse Vanessa.
Segundo a SMED, para tentar evitar esse contato entre os estudantes, as escolas colocarão divisórias para separação entre as mesas. Ainda conforme a pasta, as escolas da rede municipal farão as adequações determinadas pelo Decreto e que, tão logo estejam prontas, as famílias receberão comunicação da própria escola sobre a ampliação do atendimento.
“Dentro do protocolo de Belo Horizonte, as crianças de 0 a 2 anos já não faziam uso de mesas coletivas e as do ensino fundamental também não. O problema só aconteceria nas turmas de crianças de 3 a 5 anos e já prevíamos que nesta etapa de retorno, quando 2 crianças pudessem voltar a ocupar a mesma mesa, um artefato de separação entre as crianças seria mesmo necessário para evitar trocas de objetos e contratos. Esta divisória já foi especificada e será validada com a secretaria de saúde, onde não for possível utilizar a mesa do tipo refeitório que oferece distância de 2 metros entre alunos assentados em suas extremidades e que é, em princípio, o mobiliário recomendável nesta etapa pro protocolo”, afirmou a pasta.
Na avaliação do Sind-Rede/BH, apenas as medidas seguidas atualmente não são necessárias para garantir um ambiente seguro para a volta das atividades presenciais nas escolas da capital. Neste momento, segundo o último boletim epidemiológico e assistencial divulgado pelo Executivo muncipal, o número médio de tranmissão por infectado está em 1, ou seja, a cada pessoa com COVID-19 transmite a doença, em média, para um outro cidadão. A situação é de alerta.
“Com o aumento dos estudantes nas salas de aula, em especial na educação infantil, é preciso que tenha mais de um adulto atendendo os micro agrupamentos, coisa que não está prevista. Mesmo que a gente acredite que para cumprir os protocolos deva ter somente uma adulto para acompanhamento, não deva variar, tem um problema concreto, que, se aumenta o número de crianças, é preciso de outro adulto. Não tem como colocar 12 crianças em uma sala de aula com um único adulto com crianças que não tem autonomia para realização das tarefas básicas, como alimentação, ir ao banheiro e outras coisas”, afirmou Vanessa.
“Com o aumento dos estudantes nas salas de aula, em especial na educação infantil, é preciso que tenha mais de um adulto atendendo os micro agrupamentos, coisa que não está prevista. Mesmo que a gente acredite que para cumprir os protocolos deva ter somente uma adulto para acompanhamento, não deva variar, tem um problema concreto, que, se aumenta o número de crianças, é preciso de outro adulto. Não tem como colocar 12 crianças em uma sala de aula com um único adulto com crianças que não tem autonomia para realização das tarefas básicas, como alimentação, ir ao banheiro e outras coisas”, afirmou Vanessa.
Volta às salas de aula também para as universidades
Além das crianças e adolescentes, os jovens universitários de Belo Horizonte também já podem retomar às salas de aula. Na última quinta-feira (19/8), a PBH anunciou a autorização do retorno das atividades presenciais para o ensino superior.
Nas faculdades e universidades, o distanciamento mínimo em sala de aula também será de 1 metro entre os alunos e professor. A entrada e saída dos alunos, assim como os intervalos, deverão ser divididos para evitar aglomerações. Além disso, dentro dos centros acadêmicos é obrigatório permanecer de máscara, dentro e fora das salas de aula, exceto quando estiverem em momento de alimentação.
Mesmo com a autorização, as grandes universidades de BH ainda não sinalizaram a retomada completa do ensino presencial. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que ''o ritmo atual das atividades presenciais e o planejamento de retomada gradual na UFMG estão mantidos'', ou seja, só serão retomados no dia 13 de outubro.
Por meio de nota, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira disseram que a retomada das atividades presenciais tem sido feita "com critério e cautela" e que o planejamento de novas etapas de retorno é "progressivo e em diálogo com a comunidade"
Já a PUC Minas informou em nota ao Estado de Minas que as aulas de natureza teórica permanecerão no regime remoto, por meio das plataformas digitais. Apenas às atividades práticas e laboratoriais terão o retorno neste momento. Segundo a instituição, “os diretores de Institutos e Faculdades da PUC Minas irão estabelecer, de imediato, um retorno organizado e seguro das referidas atividades, considerando os protocolos aprovados pela Vigilância Sanitária, o disposto no Decreto 17.693, de 20 de agosto de 2021, e outras orientações do Comitê de Monitoramento do Coronavírus.”
“Todas as orientações definidas nos documentos mencionados acima deverão ser observadas para a garantia de um retorno seguro e responsável das atividades presenciais na Universidade", completou.
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