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Estado de Minas CONTRIBUIÇÃO MINEIRA

Guaxupé vai participar do estudo de fase da ButanVac, 1ª vacina brasileira

Parceria do município com o Instituto Butantan foi formalizada hoje de manhã; primeiro inquérito epidemiológico será no fim de semana


23/08/2021 17:46 - atualizado 23/08/2021 18:18

Testes para o desenvolvimento da ButanVac são realizados em ovos(foto: Instituto Butanta/Divulgação)
Testes para o desenvolvimento da ButanVac são realizados em ovos (foto: Instituto Butanta/Divulgação)
Guaxupé, cidade com 50 mil habitantes no Sul de Minas, terá um papel no desenvolvimento da ButanVac, a primeira vacina 100% brasileira, desenvolvida pelo Butantan. O município vai participar do estudo da Fase A o imunizante contra a COVID-19, segundo informou nesta segunda-feira (23/8) o presidente do instituto, Dimas Covas.

"Neste fim de semana será o primeiro inquérito epidemiológico em Guaxupé. Nossa equipe vai visitar as residências e convidamos pessoas para participar. Serão coletadas amostras de swab nasal e antígeno. Com os casos positivos e PCR vamos saber as variantes que circulam na cidade", explicou Covas durante o anúncio, em visita à cidade mineira.
 
Serão visitados, ao todo, 616 domicílios da zona urbana nos 12 distritos de saúde da cidade - o que representa até 1,6 mil habitantes de Guaxupé. Todos os moradores da residência visitada poderão ser testados, se assim desejarem. O anúncio foi feito hoje no Teatro Municipal Alerte Souza Mendes, com a presença do prefeito de Guaxupé, Dr Heber Quintella (PSDB). 
 
Segundo o presidente do Butantan, a população de Guaxupé que não foi contaminada pela COVID-19 e os menores de 30 anos que ainda não foram imunizados poderão participar do estudo. 
 

'Avanço' 

 
“A vinda do presidente do Butantan a Guaxupé trará a viabilização de estudos muito sérios e novos, o que é um avanço no controle do coronavírus na cidade e em todo o país. Esse estudo nos dará mais clareza e detalhamento da situação da pandemia, do vírus e suas variantes em Guaxupé’’, explicou a secretária municipal de saúde, Daniela Bettelli, que também participou do anúncio.
 
Prefeitura de Guaxupé comemorou em ter sido escolhido para participar do desenvolvimento da vacina(foto: Acervo/Feomg)
Prefeitura de Guaxupé comemorou em ter sido escolhido para participar do desenvolvimento da vacina (foto: Acervo/Feomg)
 
 
A parceria do município com o instituto proporcionará, além do inquérito, um sequenciamento genético para detectar variantes do coronavírus na cidade. “A ciência vem avançando cada dia mais no combate a este vírus tão mortal. Estamos honrados em receber o presidente do Butantan, Dimas Covas em nossa cidade e poder desenvolver esses estudos aqui. A ciência é o caminho para vencermos o coronavírus’’, pontuou o prefeito de Guaxupé, Dr. Heber Quintella.
 

ButanVac

 
A ButanVac é a primeira vacina desenvolvida contra a COVID-19 com produção integral no Brasil, sem a importação de matéria-prima, e já foi testada em animais, além de receber orientação para a realização dos testes em humanos.
 
As fases 1 e 2 dos ensaios clínicos da ButanVac serão divididas nas etapas A, B e C. Na etapa A, realizada na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, participarão 418 voluntários que vão receber vacina ou placebo, com objetivo de verificar a segurança do imunizante. Já as etapas B e C terão como objetivo avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários.
 
Os voluntários de Guaxupé entrariam na Fase A dos testes.
 

Resposta contra variantes 

 
Já começaram em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, os ensaios clínicos da ButanVac, a candidata a vacina contra Covid-19 que o Instituto Butantan deve produzir no Brasil com insumos nacionais. Fruto de uma parceria com a organização filantrópica norte-americana PATH Center for Vaccine Innovation and Access, utilizando tecnologias desenvolvidas em centros de pesquisa dos Estados Unidos, a ButanVac tem o diferencial de ser uma vacina de baixo custo, produzida a partir de ovos embrionados, e que pode mudar a forma como os países em desenvolvimento combatem o vírus SARS-CoV-2.
 
"Essa é uma vacina aperfeiçoada, que incorporou os conhecimentos que adquirimos com a primeira geração de imunizantes. Ela tem um potencial enorme de melhorar a resposta imunológica das pessoas e combater as variantes", explica o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. “É uma vacina feita por meio de uma parceria com instituições internacionais, como é absolutamente normal no mundo da ciência, e integralmente produzida no Butantan.”
 
A ButanVac, chamada internacionalmente de NDV-HXP-S, é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado da doença de Newcastle que contém a proteína Spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta aves e é inofensivo para humanos, ele se replica muito bem em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia usada na vacina contra a influenza (gripe), a mais difundida do mundo. É uma estratégia bem diferente de imunobiológicos que só podem ser elaborados em fábricas especializadas ou que dependem da importação de insumos. Se for provada segura e efetiva nos testes com voluntários, a ButanVac tem potencial de elevar em mais de 1 bilhão por ano a atual oferta de vacinas contra a Covid-19, especialmente nos países em desenvolvimento. 
 
Com Instituto Butantan 


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