O drama dos 28 sem-teto da ocupação Anyky Lyma, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que viviam há seis meses sob a angústia do despejo, teve desfecho favorável aos ocupantes nesta terça-feira (24/8).
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Um acordo firmado nessa segunda (22/8) entre o poder público e a rede de aluguel de carros garantiu amparo do coletivo - que inclui ao menos seis crianças, duas grávidas e uma cadeirante. Eles foram encaminhados a uma pousada situada na Rua dos Otoni, também na Região Centro-Sul. O grupo, que habitava um casarão alugado pela Localiza, foi retirado do local nesta manhã em operação coordenada pela Polícia Militar (PM), em cumprimento a uma ação de reintegração de posse movida pela locadora.
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Um acordo firmado nessa segunda (22/8) entre o poder público e a rede de aluguel de carros garantiu amparo do coletivo - que inclui ao menos seis crianças, duas grávidas e uma cadeirante. Eles foram encaminhados a uma pousada situada na Rua dos Otoni, também na Região Centro-Sul.
Segundo o acordo, ratificado pela PBH, Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Subsecretaria de Direitos Humanos de Minas Gerais, BHTrans e Polícia Militar, os vulneráveis serão acolhidos na hospedaria por 20 dias. As diárias foram pagas pela Localiza. Após esse período, o município se comprometeu a assumir a assistência das famílias por meio da concessão de benefícios como bolsa moradia.
"Foi um alívio para nós. Até ontem, estava todo mundo desesperado, achando que ia pro meio da rua. A gente nem dormia. Agora, é aguardar o auxílio da prefeitura", comemora Poliana Pereira, de 35 anos, que morava com a filha de três anos na ocupação Anyky Lyma.
Ela conta que viveu por cerca de seis meses no local, desde que perdeu o emprego e não teve mais como pagar o aluguel do barracão onde morava.
"Consideramos que foi uma solução satisfatória. Seria absurdo que um processo que envolve município, o Ministério Público e uma empresa terminasse com o despejo dessas pessoas na rua", comenta Bruno Cardoso, membro do Movimento de Libertação Popular (MLP), que apoia os sem-teto.
Ela conta que viveu por cerca de seis meses no local, desde que perdeu o emprego e não teve mais como pagar o aluguel do barracão onde morava.
"Consideramos que foi uma solução satisfatória. Seria absurdo que um processo que envolve município, o Ministério Público e uma empresa terminasse com o despejo dessas pessoas na rua", comenta Bruno Cardoso, membro do Movimento de Libertação Popular (MLP), que apoia os sem-teto.
Casarão tombado
Tombado pelo patrimônio histórico, o imóvel, composto de uma loja, uma residência e um estacionamento, tem valor estimado em R$ 7,5 milhões. Ele pertence a um empresário e pecuarista de Januária, no Norte de Minas.
Desde agosto do ano passado, o espaço está alugado pela Localiza que, até então, usava apenas o estacionamento. Os sem-teto ocuparam a residência de janeiro até esta terça-feira (24/8), quando foram despejados por determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A ação de reintegração de posse foi movida pela locadora, que planeja a restaurar o casarão.
Ocupações milionárias
A menos de 250 metros da antiga ocupação Anyky Lyma, outras dois casarões, também tombadas pelo Patrimônio Histórico Municipal, foram ocupados.
Um delas fica na Avenida Olegário Maciel, 1.247. Segundo a imobiliária que administra o bem, a casa é avaliada em R$ 1,5 milhão, está vazia há 12 anos e pertence à Companhia Industrial Itaunense.
O outra está instalada na Rua Santa Catarina, 450. A mesma imobiliária chegou a anunciar a venda por R$ 2 milhões. Os proprietários são de uma família de Itaúna, Região Centro-Oeste do Estado.
Os proprietários dois dois imóveis também ajuizaram ação de reintegração de posse no TJMG. Contudo, as decisões judiciais, até o momento, favorecem aos ocupantes. A Justiça condicionou a concessão da liminar de despejo à assistência dos vulneráveis pelo poder público.