O bombeamento e tratamento das águas que descem do Ribeirão Ferro-Carvão, na área atingida pelo rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, e para o Rio Paraopeba, já dariam para encher três lagoas da Pampulha, segundo cálculos da mineradora Vale.
Quando a Pampulha foi construída, em 1945, o barramento tinha 50% mais volume de água e 70% mais área de espelho d'água, o que foi perdido aos poucos com os lançamentos de esgoto, lixo e detritos clandestinos.
De acordo com as medições da mineradora, a água em Brumadinho é devolvida, em média, cinco vezes mais límpida que o limite legal de 100 NTUs estabelecido pelo Conama, conforme Resolução nº 357/2005.
Contudo, o consumo da água do rio ainda está proibido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) desde que cerca de 2 milhões de metros cúbicos de rejeitos da barragem chegaram ao Rio Paraopeba. Ao todo, 270 pessoas morreram no desastre.
Para evitar que animais se aproximem e bebam a água ainda não liberada pelo Igam, foi preciso o cercamento de propriedades às margens do rio. "São quase 700 km de cercas instaladas ao longo da extensão do Paraopeba e em outras regiões da bacia. O objetivo da ação é evitar a pastagem e o consumo de água de animais às margens do rio. Ao mesmo tempo, a medida contribui para o crescimento e fortalecimento da mata ciliar na região, reforçando as ações de recuperação ambiental", afirma a mineradora.
Placas com alertas para que a população não consuma a água também foram posicionadas, com a sinalização seguindo as orientações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e do Igam.
Alimentos para criações
Produtores rurais de 16 municípios da bacia do Paraopeba já receberam mais de 100 milhões de quilos de produtos para alimentação animal, como silagem de milho, feno e milho em grão. "A iniciativa contribui para que os produtores impactados (pelo rompimento) retomem o quanto antes suas rotinas", afirma a Vale.
A conclusão de ações definitivas avançou no primeiro semestre deste ano, segundo a empresa. Projetos de implantação de sistemas de abastecimento de água por meio de captações superficiais e subterrâneas disponibilizam mais de 6,2 bilhões de litros de água às comunidades atingidas.
"A Vale está implantando ainda sistemas de tratamento em toda a bacia para garantia de água de qualidade para os diversos usos, como consumo humano, irrigação e consumo animal", informou a Vale.