O Tribunal do Júri da Comarca de Contagem, na Grande BH, julga, nesta quarta (25/8), o ex-policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé. Ele é acusado de envolvimento no sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação do cadáver da ex-modelo Eliza Samudio, morta a mando do ex-goleiro Bruno Fernandes.
O Ministério Público acusa Zezé, ainda, de corrupção de menores e coação no decorrer do processo. José Lauriano de Assis Filho já havia se aposentado da Polícia Civil quando o crime aconteceu.
O julgamento já aconteceu, mas o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ainda não deu detalhes sobre o julgamento. A expectativa de que a sentença aconteça ainda nesta quarta.
Em 2015, o juiz Elexander Camargos Diniz negou a revogação da prisão preventiva de Zezé. Na decisão, o magistrado apontou que diferentes envolvidos no crime confirmaram a presença de José Lauriano na cena do homicídio de Eliza.
Ligações telefônicas interceptadas pelas autoridades também confirmam que Zezé estava envolvido no caso. Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo de Bruno que ainda era menor à época, “demonstrou ter medo” do ex-policial, segundo a Justiça.
O juiz Elexander Camargos Diniz também ressaltou a possibilidade de Zezé coagir outros envolvidos durante o processo, além da chance de destruição de provas.
O caso Eliza Samudio
Depois de se relacionar com Eliza Samudio em 2009, Bruno Fernandes passa a ser pressionado pela mulher para assumir a paternidade de uma criança.
No mesmo ano, ela presta queixa contra o jogador na Justiça carioca por agressão e por forçá-la a abortar. Em 9 de junho de 2010, a modelo chega ao sítio do jogador em Esmeraldas, supostamente para resolver a situação.
Após o dia 10, ela não foi mais vista. A polícia recebeu uma denúncia anônima em 24 de junho sobre o suposto assassinato, que envolveria outras oito pessoas.
A Justiça decretou a prisão de Bruno, então goleiro do Flamengo, em 6 de julho de 2010. O atleta respondeu por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado do filho e ocultação de cadáver, crimes cujas penas somadas variam de 14 a 36 anos de prisão.
Desde então, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, cumpriu parte da pena e teve o benefício do regime domiciliar concedido. Ele também tentou o retorno ao futebol por outros clubes, mas nunca conseguiu longa sequência.
Outras condenações
Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e contra filho dela foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, absolvida das acusações.
A Justiça condenou Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho.
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, recebeu setença de 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime.
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.