Uma das grandes preocupações das forças de segurança, não só de Minas Gerais, mas de todo o país, é com a ilegalidade e o crescimento da criminalidade e impunidade. Um ponto que vem merecendo atenção é descobrir e prender integrantes do chamado “Tribunal do Crime”, que são as execuções cometidas por um suposto tribunal, geralmente ligado ao tráfico de drogas.
Um dos integrantes de um dos muitos tribunais do crime existentes na Grande BH foi preso em Ibirité, na Grande BH: um homem de 19 anos, que integrava um grupo criminoso na Vila Bernadete, próximo à BR-040, saída para o Rio de Janeiro. Além desse suspeito, foram presas três mulheres, de 39, 42 e 54 anos.
As investigações tiveram início em março deste ano, depois de a Polícia Civil ter acesso a imagens das vítimas, que foram divulgadas em redes sociais, sendo torturadas pelo grupo. “A partir daí, os policiais conseguiram identificar dois indivíduos que torturaram três mulheres no aglomerado. Os suspeitos criaram uma espécie de tribunal no local para punir, com castigos pessoais, moradores que tentavam impedir a atuação do tráfico de drogas ou coibir práticas de crimes”, conta o delegado Túlio Leno, da 2ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro.
A tortura cometida contra essas três vítimas, segundo o delegado, foram motivadas por um problema com uma quarta mulher, ainda não identificada. “Essa mulher, ao invés de procurar os órgãos oficiais de segurança pública, recorreu ao grupo criminoso, que aplicou o castigo no trio.”
Segundo o delegado Rômulo Dias, o aglomerado onde ocorreu o crime é considerado um local pacificado e com constante ação policial. “A Vila Bernadete, hoje, é um local onde as forças de segurança do Estado estão agindo de forma recorrente. Esses vídeos foram gravados no momento em que as viaturas estavam em outro local.”
“É comum a Polícia Civil entrar no aglomerado sem qualquer tipo de confronto, já que a área é pacificada. Tanto que após as imagens terem sido divulgadas, e diante de uma iminente ação da polícia, os suspeitos saíram do local. Ali não existe domínio de facção criminosa”, diz ele.
Os suspeitos , segundo explicam os delegados, responderão pelos crimes de tortura e associação criminosa. A investigação está em andamento, visando identificar outros integrantes do grupo criminoso.
Apelo
O delegado Rômulo Dias alerta para a importância de denunciar crimes dessa natureza. “Aqui fica o apelo para que as denúncias ocorram, por meio do sistema de denúncia do Estado - o Disque Denúncia Unificado 181 - ou pelo número 197, que é da Polícia Civil. Com base nessas informações, conseguiremos minar esse tipo de ação praticada por militantes. O que não pode acontecer é o cidadão de bem ficar preso ao sentimento de hipossuficiência diante de situações tão cruéis quanto essa que aconteceu. Denuncie!”