Após um ano de atendimentos e prorrogações no funcionamento, o projeto Canto da Rua Emergencial, que ofereceu atendimento a para pessoas em situação de rua na Serraria Souza Pinto durante a pandemia, em Belo Horizonte, chegou ao fim nesta sexta-feira (27/8).
No evento de encerramento, moradores que foram atendidos e membros de entidades parceiras na realização do projeto estenderam uma longa faixa com os dizeres: ‘Pão, moradia e trabalho. O povo da rua quer viver’.
Entre as ações feitas pelo programa, estão acolhimento, atendimento técnico psicossocial, acesso a espaços e materiais para higienização, banho, lavagem de roupas e lanche. Por dia, o Canto da Rua atendeu cerca de 775 pessoas e, desde a criação, realizou mais de 230 mil atendimentos.
Maurício Melo, um dos organizadores do Canto da Rua, disse finalizar hoje o programa satisfeito com o resultado final. Para ele, a iniciativa possibilitou que os moradores e gestores políticos da capital mineira mudassem a forma de enxergar a população de rua.
“Neste período, com as incertezas e a vulnerabilidade do povo da rua, tínhamos como certas que muita gente não ia chegar aqui hoje como estão sem o Canto da Rua. Formamos muitas histórias, muitas construções e desconstruções. Temos de positivo esse resgate da dignidade e cidadania das pessoas de rua. A rua destrói. Essa turma, durante esse período, com o Ministério Público e Defensoria Pública, tiveram acesso a direitos e outros atendimentos sociais”, afirmou.
De acordo com o organizador, o Albergue Tia Branca, na Região Leste da cidade, que era criticado pelas próprias pessoas em situação de rua, vai usar o modelo adotado pelo Canto da Rua para reformular o atendimento ao público e continuar os trabalhos feitos pelo projeto.
“A partir dessa experiência, o município, através de nossas manifestações e do Ministério Público, entendeu que era o momento de avançar no que já existe, como oferecendo espaços para banhos e banheiros, um atendimento mais multidisciplinar. Ele reabre com muitos serviços que o Canto da Rua tinha”, disse.
“A partir dessa experiência, o município, através de nossas manifestações e do Ministério Público, entendeu que era o momento de avançar no que já existe, como oferecendo espaços para banhos e banheiros, um atendimento mais multidisciplinar. Ele reabre com muitos serviços que o Canto da Rua tinha”, disse.
Durante o evento, também ocorreu o lançamento do manifesto “Pão, moradia e trabalho: aprendizados e luta com e pelo povo de rua”, desenvolvido pelas entidades que atuaram no acolhimento dos atendidos durante a realização do programa.
“O grosso do manifesto diz que, sem o olhar humano, sem o olhar estruturante para a população em situação de rua, se torna um problema. Se não entendermos que a saúde, educação e políticas de moradia têm que andar juntas para cuidar disso. Não adianta deixar nas mãos da assistência social, ela cuida do que é emergente, mas não ajuda na superação. O Canto da Rua entende que o importante é a superação da situação de rua”, ressaltou Maurício.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o serviço já tinha previsão de ser encerrado e o atendimento continuado da população em situação de rua é realizado pelos Centros de Referência da População em Situação de Rua.
"O Serviço de Acolhimento Provisório e Emergencial continuará oferecendo proteção social integral para o acolhimento, o cuidado e o isolamento às pessoas em situação de rua com suspeita ou confirmação de COVID-19, até que seja concluída a vacinação desse público", ressaltou em nota.
"O Serviço de Acolhimento Provisório e Emergencial continuará oferecendo proteção social integral para o acolhimento, o cuidado e o isolamento às pessoas em situação de rua com suspeita ou confirmação de COVID-19, até que seja concluída a vacinação desse público", ressaltou em nota.