Durante o interrogatório de Sidney da Silva, acusado de matar e ocultar o corpo da mulher sob concreto na parede, ele confessou o crime e disse estar arrependido. O julgamento teve início na manhã desta sexta-feira (27/8) e acontece no III Tribunal do Júri, no Fórum Lafayette, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Em depoimento, diante da juíza Fabiana Gomes Ferreira, o réu ressaltou que nunca houve agressão física entre o casal durante os 12 anos de relacionamento, apesar de discutirem constantemente.
Sidney contou que no dia do crime, ele e a mulher estavam sob efeito de drogas, discutiram por diversos motivos fúteis e acabaram trocando empurrões. Logo depois, admitiu que matou a esposa com dois golpes de martelo na cabeça.
No outro dia pela manhã, ele comprou cimento, areia e brita. Apenas três dias depois, quando o material foi entregue pelo depósito de construção, é que, novamente sob efeito de drogas, ele escondeu o corpo da mulher na parede.
Debates entre acusação e defesa
Após o intervalo para o almoço, o julgamento recomeçou com os debates entre acusação e defesa. O promotor de justiça está com a palavra. Ele pediu que os jurados votem pela condenação do réu por homicídio qualificado. Além disso, chamou atenção de que o crime foi praticado com "crueldade".
Depois do promotor será a vez do advogado de defesa fazer a sustentação.
O julgamento começou na manhã desta sexta-feira com a formação do conselho de sentença. O júri é composto por cinco homens e duas mulheres. Após a escolha dos jurados, foram ouvidas quatro testemunhas.
Sidney responde por feminicídio qualificado por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima. Em abril do ano passado, a família de Cleonice Correa de Jesus procurou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência, após ela sumir por cinco dias.
Na noite do homicídio, o acusado teria aparecido na casa da mãe sujo de cimento. Alguns dias depois, também teria confessado à cunhada que havia matado Cleonice e enterrado o corpo dela na casa do casal, na Vila Barragem Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital.
Em 13 de abril, policiais foram até a residência do casal. Após vasculharem o espaço, descobriram o cadáver da vítima concretado em uma das paredes. O corpo foi resgatado pelos bombeiros em avançado estágio de decomposição.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.