Ao todo, o país já aplicou 186.279.872 doses da vacina, segundo o Ministério da Saúde, e atingiu a marca de 80% da população acima de 18 anos imunizada com a primeira dose. Outras 37% estão com o esquema vacinal completo.
Com isso, alguns estados planejam estratégias para reaquecer a economia e, ao mesmo tempo, evitar aumento de casos e mortes pela doença. Uma espécie de “passaporte” de imunização como exigência para liberar a entrada de pessoas em alguns ambientes foi anunciado em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Rio, a apresentação do comprovante de vacinação será necessária para locais de uso coletivo, como academia, estádios, cinemas, teatros e museus. A imunização também será condição para as pessoas que precisam fazer cirurgias eletivas na rede pública ou privada e também para quem quer ter acesso ao Programa Cartão Família Carioca.
Em São Paulo, o passaporte passará a ser exigido a partir de quarta-feira (1º/9), na entrada de shows, congressos, jogos de futebol e outros eventos com público superior a 500 pessoas. O ingresso será liberado para quem tomou ao menos uma dose do imunizante anticovid.
O decreto também recomenda o "passaporte" a todos os estabelecimentos, o que inclui bares, shoppings, restaurantes e comércio em geral. A adesão não é, contudo, obrigatória nestes locais.
O decreto também recomenda o "passaporte" a todos os estabelecimentos, o que inclui bares, shoppings, restaurantes e comércio em geral. A adesão não é, contudo, obrigatória nestes locais.
Já em Minas Gerais, o governo disponibilizou o comprovante digital de vacinação contra o novo coronavírus. O serviço é prestado por meio do Saúde Digital MG – COVID-19, aplicativo em operação desde maio de 2020 que também disponibiliza teleconsultas, monitoramento de contatos de casos suspeitos e ou confirmados, apoio psicológico, e, recentemente, agendamento para a vacinação contra o vírus. No entanto, a plataforma foi criada para ajudar no monitoramento e ajudar “a diminuir a pressão sobre as unidades de saúde no enfrentamento da COVID-19".
A ideia que se assemelha ao que foi proposto em SP e no RJ ainda está em tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Um projeto de lei sugere a substituição do Atestado de Vacinação impresso pelo Passaporte Digital de Imunização. Com isso, será exigido para autorizar a entrada em eventos e locais públicos, utilização de meios de transportes coletivos sejam terrestres, aquaviários ou aéreos, bem como em qualquer local em que a aglomeração de pessoas exija controle sanitário com o fito de aumentar a segurança da população.
Na justificativa do autor da proposta, deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), a vacinação é obrigatória desde 1975 e determina que o indivíduo que não cumprir o calendário obrigatório não poderá se matricular em creches e instituições de ensino, efetuar o alistamento militar ou receber benefícios sociais do governo.
“Tendo em vista o cenário de incertezas gerado pelo prolongamento da pandemia, precisamos de novas tecnologias que garantam a circulação segura de pessoas em espaços públicos. O Passaporte Digital de Imunização deverá conter as mesmas informações hoje constantes do Atestado de Vacinação, além de um Termo de Uso e Consentimento que autorize a visualização destas informações e o seu armazenamento temporário nos locais em que o documento for requerido. Desta forma, garantimos não somente o direito de circulação da população, a diminuição dos efeitos nocivos do isolamento social prolongado, a dispensa da quarentena, bem como a manutenção das atividades econômicas que não puderam se adaptar a sistemas remotos de oferta de serviços e produtos. O Passaporte Digital de Imunização poderá ser utilizado para autorizar a entrada em locais e eventos públicos, a utilização de meios de transportes coletivos, o ingresso em hotéis, cruzeiros, parques, reservas naturais, entre muitas outras possibilidades.”
A proposta foi distribuída para as comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Saúde e Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Deputados mineiros analisam a proposta, em seguida segue para votação de primeiro turno no Plenário.
Ideia rejeitada
Na contramão dos gestores municipais, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que é contra a adoção do passaporte de vacinação. “Passaporte não ajuda em nada. O Brasil já tem um regulamento sanitário que é um dos mais avançados do mundo. E essas matérias são matérias administrativas. O certificado de vacinação está lá, qualquer um pode pegar. E você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, carimbo, querer impor por lei uso de máscaras para multar as pessoas, somos contra isso”, afirmou.
Em junho, Jair Bolsonaro havia se manifestado contrariamente à exigência de vacinação para a entrada em alguns lugares. O presidente, que ainda não se vacinou contra a COVID-19, já chegou a afirmar que vetará caso um projeto de lei que cria um passaporte de vacinação seja aprovado na Câmara dos Deputados. A medida passou no Senado em junho.