O homem acusado de matar a irmã a facadas, depois de uma discussão por latidos do cachorro de estimação da família, foi condenado a 10 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado. A sentença foi proferida pelo juiz Daniel Leite Chaves, do II Tribunal do Júri de Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (30/8).
Carlos Andrade Carsalade respondia por homicídio qualificado pelo feminicídio, com motivação fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais.
Os jurados, porém, reconheceram apenas o homicídio qualificado por motivo fútil, mas não votaram pela condenação por feminicídio e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O homem está preso na Penitenciária Dutra Ladeira, desde que se entregou à polícia, e deve continuar lá enquanto aguarda o recurso.
O julgamento começou na manhã de hoje com o depoimento de três testemunhas: a mãe, uma tia e uma senhora que trabalhava na casa em que os irmãos moravam.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a mãe do réu não permaneceu no julgamento após prestar depoimento. Foi ela que contratou a advogada de defesa do filho, Juliana Drumond Furquim Werneck, que é prima dos irmãos.
Briga por causa de latido do cachorro
O crime aconteceu em outubro de 2019, na casa da família, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH. A mãe deles acionou a polícia, depois que o filho chegou alterado.
Segundo ela, Carlos era usuário de drogas e se irritou com os latidos do cachorro da irmã.
Ao entrar no apartamento, ele discutiu com a perita porque a cadela de estimação dela o estranhou e começou a latir.
Em seguida, o homem chutou o animal e começou a bater na irmã, também com chutes e socos. A mulher foi até o banheiro, mas o irmão a seguiu com uma faca e atingiu Julieta com um golpe no peito. Ela caiu no chão e perdeu a consciência.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados, mas a morte da vítima foi confirmada.
Consta da denúncia do MP que a vítima já havia sido agredida várias vezes pelo irmão, registrado ocorrências e solicitado medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.