Uma quadrilha, comandada pelo traficante João Vitor Albieiro, de 28 anos, responsável não só pela distribuição de drogas, na região de Pouso Alegre, mas também São Paulo, Santa Catarina e Amazonas, e ainda pela lavagem de dinheiro, que tinha como participantes a mulher do mentor do grupo, Nathalia Alessandra, de 24 anos, a mãe dela, Erica Alessandra, de 46, a avó dela, Ivone Alessandra, de 77, e ainda os traficantes Rafael Pessoa Romano, Fábio Camilo, Júlio Marangoni, Rubens, e um homem identificado por Raimundo foi desmantelada, depois que todo o esquema foi descoberto. Cinco pessoas estão presas: a avó e a mãe de Nathalia, Rubens, Fábio e Rafael. Quatro ainda estão foragidos: João Vitor, Natália, Júlio e Raimundo.
Os crimes e a quadrilha foram desvendados pela polícia de Pouso Alegre, cujo comando das investigações está a cargo do delegado Thiago Machado. Ele conta que teve a colaboração das polícias civis de São Paulo e do Amazonas. Tudo começou há um ano, quando houve a desconfiança de uma loja no Centro de Pouso Alegre, a Big Sharp, que era de João Vitor, e servia para lavar dinheiro do tráfico.
“Trocamos informações com a polícia de São Paulo, sobre as atividades de João Vitor e descobrimos que ele tinha dois mandados de prisão - um por trocar tiros com a polícia paulista, numa cidade do interior daquele estado, em 2018, e outro por roubo, em 2016”, conta o delegado.
No momento em que essa informação chegou à polícia de Pouso Alegre, João e a mulher já estavam foragidos, segundo o delegado. “Ele se mudou para Pouso Alegre, onde se estabeleceu em 2020. Montou a loja, que tinha como intuito apenas lavar o dinheiro do tráfico, e também comprou uma boate, a Casa 51.
A partir desse instante, as suspeitas tiveram início. João e a mulher Nathalia moravam num condomínio de luxo, em Pouso Alegre. A partir do desaparecimento, houve uma troca de informações entre os serviços de inteligência da Polícia Civil de Pouso Alegre e de São Paulo.
Vida de luxo
“Descobrimos vários imóveis, assim como veículos de luxo, que eram utilizados para a lavagem de dinheiro. Eles possuíam vários imóveis em Pouso Alegre, Jundiaí, Itapeva, São Paulo, Mogi-Mirim e Cabreúva. Também tinham seis veículos, sendo três deles de luxo: um Evoque, um Mercedes Benz e um Jaguar. Isso chamou ainda mais a atenção e tudo servia para lavar o dinheiro do tráfico”, diz o delegado Thiago Machado.
Dando sequência às investigações, o delegado descobriu uma ligação com outros traficantes, Rafael, Fábio, Júlio, Rubens e Raimundo, sendo que Rubens tinha sido preso pela Polícia Federal.
Conectando os dados, descobriram a ligação com o Amazonas, que era de onde partia grande parte da droga. Um pouco mais adiante, nas investigações, os policiais mineiros descobriram que João Vitor e Nathalia eram procurados por tráfico em Santa Catarina.
Rubens, ao ser preso pela PF, estava em companhia de sua mulher. Eles estavam no Pará, num caminhão com uma tonelada de maconha, que seria levada para Pouso Alegre.
Aos poucos, os policiais identificaram que Júlio Marangoni, paulista de Mogi-Mirim, ajudava na lavagem de dinheiros dos negócios em Pouso Alegre. Fábio e Rafael eram os responsáveis pela distribuição das drogas.
Faltava, então, descobrir o papel da sogra de João Vítor e da mãe de Nathalia. A mais velha, Ivone, era a responsável pelo controle do dinheiro. Ela falsificava documentos para blindar João Vítor, que usava "Jonathas" como codinome. Para isso, tinha a ajuda de Érica, sua filha.
As duas que viviam com o casal, também haviam se mudado de Pouso Alegre. Foram localizadas em Jundiaí, em casas diferentes. Os cinco presos - Ivone, Érica, Rubens, Fábio e Rafael foram entregues ao sistema penal. A preocupação, agora, segundo o delegado Thiago Machado, é prender os quatro foragidos: João Vitor, Natália, Júlio e Raimundo.