Jornal Estado de Minas

AGOSTO DOURADO

Hospital da Baleia orienta sobre como amamentar bebês com lábios leporinos

Encerrando o chamado Agosto Dourado, que incentiva a amamentação, o Hospital da Baleia em Belo Horizonte está desenvolvendo mais um trabalho a favor deste movimento: a ação agora é sobre orientações para ajudar mães dos bebês com lábio leporino e fenda palatina a conseguirem amamentar seus filhos sem dificuldades.




 
Segundo especialistas, o leite materno é considerado o alimento mais completo para os bebês, pois sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, além de reduzir a chance de doenças no futuro como obesidade, hipertensão e diabetes. 
 
No entanto, os bebês que nascem com lábio leporino e fenda palatina têm uma maior dificuldade de absorver o leite do peito, devido a fissura nos lábios. Desta forma, existem mitos de que estes bebês não podem ser amamentados. 
 
Pensando em como ajudar, o Hospital da Baleia acolhe as mães com bebês com fenda palatina ou lábio leporino no Centro de Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare). 




 
No local, elas recebem todas as informações em relação ao tratamento das crianças e também são orientadas sobre a importância da amamentação, a melhor postura e os métodos mais adequados para alimentá-los. 
 
A nutricionista Helena Moss reforça a importância de amamentar, principalmente os bebês que nascem com esta fissura: “Além da amamentação ser fundamental nos seis primeiros meses de vida, para estes bebês é mais importante ainda, pois precisam estar nutridos, com bom desenvolvimento e peso adequado para terem uma melhor recuperação e cicatrização após a cirurgia”.
 
“Em casos de exceção, quando o bebê nasce com o lábio e o céu da boca fissurados, pode ocorrer da criança não conseguir sugar e engolir o leite do peito da forma correta, podendo escorrer pelo nariz. Desta forma, é aconselhado que se use as mamadeiras e chuquinhas, ou uma sonda para realizar a ingestão do leite, mas este processo é realizado apenas em último caso”, explica a nutricionista.




 
No Hospital da Baleia as mães recebem também a orientação de qual a melhor posição para colocar o bebê, na hora de sugar o leite da mama. Esta ajuda é realizada pela fonoaudióloga Isabel Costa, que relata quais são as melhores formas de amamentar estes bebês: “usamos a própria mama para poder vedar a fissura do lábio e o bebê conseguir sugar e engolir o leite. Pode-se usar também o bebê na posição de cavalinho, que coloca o lado da fissura para cima, e na hora de trocar de peito, ao invés de inverter a posição do bebê, só "escorrega" para o outro lado”. 
 
Orientação de qual a melhor forma de amamentar o bebê com fissura nos lábios (foto: Hospital da Baleia/Divulgação)
“Hoje em dia é usado também uma fita bandagem que serve para vedar a fissura do lábio do bebê e ajuda na pressão na hora de sugar o leite da mama da mãe”, conta a fonoaudióloga.
 
A profissional, entretanto, faz uma ressalva: “A sonda é usada apenas em casos de extrema exceção, como quando a criança tem fissuras em mais partes da boca, e também quando a mãe não tem uma orientação correta já no hospital”.




 
Edeneide Vieira Miranda, mãe de Anny Vitória Miranda Pereira, de cinco meses, contou que a criança nasceu com fenda palatina e síndrome de down, e que já no Hospital ela teve 20 dias de treinamento, para conseguir amamentar sua filha. 
 
“Tenho um filho de 21 anos que nunca consegui amamentar, pois na época não tive orientação. Eu sonhava em amamentar a minha filha, pois sei que o leite materno é o melhor alimento. Apesar das dificuldades, devido à fenda palatina, eu não desisti. Recebi todo o suporte da equipe e hoje ela consegue amamentar tanto no peito quanto na mamadeira. Ela é muito esperta, muito gulosa e não faz a confusão dos bicos”, conta animada a mãe de Anny.
 
Segundo o Hospital, Edeneide recebeu todas as orientações sobre o aleitamento materno com profissionais da Nutrição e da Fonoaudiologia e também foi avaliada pela equipe de Cirurgia Plástica, Enfermagem, Psicologia, Otorrinolaringologia e Odontopediatria.

 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira