Com a quarta maior população do estado, Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, concentra o maior número de notificações da variante Delta em Minas Gerais. Entre casos suspeitos e confirmados, o município registra 41 ocorrências, o que equivale a 23,5% do total. Na vice-liderança está Belo Horizonte, com 13 registros.
Conforme dados atualizados no painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) nessa terça-feira (31/8), na sequência aparecem Itabirito (Central) e Unaí (Alto Paranaíba) com 12 diagnósticos cada.
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Atualmente classificada em “risco moderado” pela administração municipal, a cidade regrediu à faixa laranja, na última segunda-feira (30/8), do seu próprio programa de enfrentamento da pandemia.
“Juiz de Fora já apresenta a circulação comunitária da variante Delta do coronavírus, ou seja, não é mais possível identificar a origem da transmissão, fazendo com que tenhamos mais cuidados”, declarou a prefeitura, por meio de sua assessoria, em justificativa à mudança de rota ao estabelecer medidas restritivas.
No entanto, o fato do município do interior mineiro assumir o topo do ranking, em relação às notificações da cepa, não é algo que surpreenda a médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcomo.
“A situação é muito séria, é muito grave! Mas não é algo que nos surpreenda. Com o Rio de Janeiro sendo o epicentro da transmissão comunitária, a gente já sabia que era só uma questão de tempo , pois Juiz de Fora é do lado”, declarou a pesquisadora em uma live com a secretária de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, Ana Pimentel, na quinta-feira (26/8).
“Essa cepa é de cinco a seis vezes mais transmissível. Só para se ter uma ideia, cada cem pessoas infectadas podem contaminar outras 600”, acrescentou a especialista durante a conversa.
A transmissão e a eficácia das vacinas
Conforme mostrou a reportagem do Estado de Minas nesta quarta-feira (1º de setembro), Guilherme Furtado, líder médico da Infectologia do HCor, em São Paulo, reforçou que a variante é motivo de preocupação pelo fato dela ter sete mutações.
“(...) uma delas, a mutação P681R, na proteína spike, leva a uma maior quantidade de vírus nas vias respiratórias, uma maior transmissibilidade e, com isso, uma chance de disseminação mais importante na população, principalmente na parcela não vacinada”, afirmou.
Durante um bate-papo com profissionais de saúde transmitido pelo "Portal UOL" no dia 23 de agosto, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, destacou que as vacinas têm uma ligeira redução de eficácia em relação à Delta.
Mesmo assim, o médico Guilherme Furtado ressaltou que os imunizantes que estão sendo utilizados no Brasil, aparentemente, possuem uma boa ação contra essa variante.
Por fim, o profissional da saúde diz ser fundamental que toda a população se vacine, independentemente da vacina disponível, e complete o ciclo vacinal com as duas doses.
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