“Ah, um feriado!” O tão sonhado período de descanso pode se transformar numa dor de cabeça. Pois foi o que aconteceu com os viajantes que fizeram a opção de ir para cidades históricas, saindo de Belo Horizonte pela BR-040, ou mesmo para Lagoa Santa, bem próximo à capital, na região metropolitana.
Para o comandante da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), tenente coronel Fábio Almeida, é um movimento esperado, por isso, se montam operações especiais nos feriados, para dar maior segurança nas rodovias mineiras. São 30 mil quilômetros de estradas estaduais, mais 3 mil federais. “É normal nos grandes feriados o excesso de veículos nas rodovias”.
O administrador de empresas André Araújo, de 49 anos, conta que fez a opção de ir ainda na sexta-feira com a família para Tiradentes, mas que a viagem foi cheia de transtornos, e que o trecho feito em média em três horas, demorou quatro horas e meia.
“Na saída de Belo Horizonte, o movimento já era grande, mesmo tendo saído por volta das 16h. Mas piorou ao passar o posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Congonhas. Cheguei a ficar parado na estrada. Dava até pra desligar o motor se quisesse”, conta.
Segundo ele, o fluxo de veículos era muito grande. “Por várias vezes, o trânsito parou. Cheguei a pensar que seria um acidente ou uma obra. Minha mulher consultou no GPS e não apareceu nada. Era mesmo o fluxo de veículos.”
André conta que está acostumado com o trecho, pois lecionava em Conselheiro Lafaiete. “Ia sempre às sextas-feiras, mas nunca vi tanto movimento. Dessa vez, foram, pelo menos, 40 minutos nesse engarrafamento.”
E aponta problemas na rodovia. “Em diversos pontos, você vem em duas pistas e de repente, se transforma em uma. Isso complica o trânsito, principalmente por haver muitos caminhões e ônibus, que são mais lentos.”
Segundo ele, a lentidão demorou até o trevo de entrada para Entre Rios de Minas, Tiradentes e São João del-Rey. "Só pude desenvolver depois de entrar no acesso para Tiradentes. Era pra chegar no início da noite, mas só entramos em Tiradentes perto das 21h.”
De ônibus
André não foi o único da família a enfrentar congestionamentos. Seu filho, José Augusto, de 16 anos, estudante do Sebrae, não foi com a família para Tiradentes. Foi para a casa de parentes, em Lagoa Santa, mas o sofrimento, pode-se dizer, foi ainda maior, porque estava de ônibus, e a viagem, de apenas 37 quilômetros, demorou duas horas e meia.
“Normalmente, se gasta 45 minutos até lá, mas duas horas e meia é muito. Ele me contou que o ônibus andava um pouquinho e parava. Que o trânsito estava carregado”, conta André.
“Na verdade, a impressão que se tem é que as pessoas que ficaram por muito tempo em casa, por causa da pandemia de COVID-19, resolveram, agora, sair de casa. E elegeram o feriado de 7 de Setembro. Parece que veio todo mundo de uma vez”, comenta o patrulheiro Wagner, que está de plantão na 040.