A alteração da fábrica responsável pelo envase das vacinas da CoronaVac só foi informada ao Ministério da Saúde pelo Instituto Butantan na última sexta-feira (3/9), informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste domingo (5/9).
Essa mudança motivou, nesse sábado (4/9), a suspensão cautelar da Anvisa a 25 lotes da injeção já distribuídos aos estados e municípios pelo Ministério da Saúde.
Desses, três vieram para Minas Gerais. O 202107101H, encaminhado às prefeituras entre quarta (1º/9) e sábado, pode, até mesmo, ter sido aplicado em mineiros, como mostrou o Estado de Minas .
O grande problema ao redor da medida cautelar gira em torno da fábrica responsável pelo envase das vacinas. Essa empresa não passou por inspeção da Anvisa, portanto a agência solicitou ao Butantan dados para aprovação do novo local.
O instituto, porém, só avisou a mudança de endereço na sexta, quando o Ministério da Saúde já havia distribuído 12 milhões de doses envasadas nessa companhia sem autorização, segundo a Anvisa.
A comunicação da limitação entre as partes aconteceu durante reunião técnica para analisar a aplicação de uma terceira dose da fórmula, novamente de acordo com a Anvisa.
Outras doses
Outras 9 milhões de vacinas, envasadas no mesmo local, também terão o uso suspenso. Elas estavam em fase de liberação por parte das autoridades e, agora, não serão mais distribuídas."Nesses termos, a vacina envasada em local não aprovado na Autorização de Uso Emergencial configura-se em produto não regularizado junto à Anvisa", informou a agência em nota.
Minas Gerais
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas recebeu, distribuiu e pode ter aplicado vacinas do lote 202107101H da CoronaVac, que faz parte da lista dos suspensos pela Anvisa.No total, 27 gerências regionais de saúde e BH receberam esse carregamento por enquanto irregular. O estado também estocou 628.952 vacinas do lote 202108111H e 194.448 do lote 202108112H, que também estão proibidos para aplicação.
Esses últimos carregamentos, porém, chegaram no sábado e vão permanecer na Central Estadual de Rede de Frio, em BH, à disposição do Ministério da Saúde. Assim, não serão distribuídos às prefeituras.
Sobre o lote suspenso já distribuído na semana passada, a SES-MG informou que “aguarda orientação do Ministério da Saúde sobre as providências que devem ser tomadas caso alguma dose do lote já tenha sido utilizada para imunização".
Belo Horizonte
Já a Prefeitura de BH informou que não aplicou nenhuma dose de qualquer lote proibido, nem sequer encaminhou essas vacinas aos postos de imunização.No total, a capital mineira estocou 2.720 imunizantes do 202107101H. O Executivo municipal também adiantou que não fará qualquer suspensão da campanha de vacinação na cidade.