Minas Gerais
tem a
melhor federal do Brasil
e a terceira melhor instituição de ensino superior. É o que diz a edição 2022 do ranking mundial da Times Higher Education (THE) sobre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O levantamento avalia universidades fortes em pesquisa ao redor do mundo e baseia-se nos principais critérios que guiam uma instituição: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e visão internacional.
Falta investimento, sobra boa vontade
Quem trabalha na UFMG acompanha a queda nos investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia no Brasil, mas isso não desanima para o bom desempenho da universidade, como diz o pró-reitor de Pesquisa, professor Mário Montenegro Campos.
“Nossa posição de destaque se justifica pelo grande esforço institucional, em especial por parte dos pesquisadores. A
UFMG
vem apresentando melhora continuada nos indicadores de pesquisa, ensino e captação de recursos da indústria”, observou.
O professor Carlos Basílio Pinheiro, diretor de Produção Científica da PRPq, destaca que a UFMG, embora tenha mantido sua colocação geral, vem melhorando seu desempenho relativo às demais universidades brasileiras.
“Somos satisfatoriamente avaliados em muitos parâmetros objetivos. Por outro lado, temos várias outras dimensões negligenciadas pelos rankings, cujos critérios nunca são universais”, pondera Carlos Basílio.
Comemoração e atenção
A UFMG informou que, desde 2012, tem fornecido dados para a avaliação da THE. Para inclusão nessa lista, é exigido que as universidades ofereçam cursos em nível de pós-graduação e tenham número de publicações relevantes superior a 1 mil, em cinco anos.
O resultado chega, de certa forma, como um presente à UFMG, já que a
universidade
está em um momento de comemoração aos 94 anos de fundação.
“Esse resultado não é fruto apenas de esforços recentes. Ele reflete o ‘DNA’ de uma instituição que sempre trabalhou na direção da excelência e orientada pelo compromisso público e pela relevância social. As gerações que nos antecederam têm papel fundamental nessa trajetória”, analisa a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.
Apesar da alegria com o resultado, a reitora se preocupa com o futuro da universidade. “Os resultados recentes são muito bons, apesar das fortes restrições orçamentárias impostas às universidades nos últimos anos. Mas essa tendência precisa ser revertida rapidamente, sob pena de não conseguirmos manter, nos próximos anos, a qualidade e a pertinência social de todo o trabalho de ensino, pesquisa e extensão que realizamos”, adverte.
O ranking da THE
No Brasil, a melhor instituição de ensino superior é a Universidade de São Paulo (USP), seguida da Universidade de Campinas (Unicamp).
As três primeiras posições em escala mundial são ocupadas, na ordem, pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia e pela Universidade de Harvard, ambas dos Estados Unidos.
Os critérios usados pelo THE são agrupados em cinco áreas:
- Ensino (ambiente de aprendizado);
- Pesquisas (quantidade, investimentos e reputação);
- Citações (influência e alcance da sua produção científica);
- Perspectiva internacional (cooperação e intercâmbio de docentes e estudantes), e;
- Renda na indústria (capacidade de uma universidade contribuir com o setor industrial por meio de inovações, invenções e consultorias).
Responsável pela organização do levantamento, a Times Higher Education é uma publicação inglesa que veicula conteúdos referentes à educação superior. É vinculada ao jornal The Times, que produz uma série de rankings que estão entre os mais conceituados do mundo.