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Estado de Minas PATRIMÔNIO

Casa de Juscelino será reaberta na véspera dos 120 do ex-presidente

Transformado em museu, imóvel onde JK passou a infância, em Diamantina, volta a receber visitantes neste sábado (11/9)


10/09/2021 04:00 - atualizado 10/09/2021 06:51

Fachada da casa onde JK viveu, em Diamantina: no acervo retrato do político pintado por Di Cavalcanti (detalhe
Fachada da casa onde JK viveu, em Diamantina: no acervo retrato do político pintado por Di Cavalcanti (detalhe (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press/ 22/01/19)
Ponto turístico, cultural e histórico de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, em Minas, a Casa de Juscelino reabre as portas amanhã (11/9), véspera do aniversário do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek (1902-1976) e um ano e seis meses após fechar as portas devido à pandemia. Quem visitar o local poderá ver o quadro de JK pintado pelo célebre Di Cavalcanti (1897-1976), obra que chegou a ser anunciada para venda em leilão, a fim de sanear as despesas da Casa, e foi tombada pelo Conselho de Patrimônio do Município de Diamantina, em dezembro do ano passado.

De olho nas comemorações dos 120 anos de nascimento de JK, que foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945) e governador de Minas (1951-1955) antes de se tornar o chefe da nação (1956-1961), o diretor-presidente da Casa de Juscelino se mostra satisfeito com a reabertura. “Vamos funcionar com recursos próprios, formando parcerias”, disse Serafim Jardim, de 86 anos, que terá quatro funcionários para ajudá-lo a receber os visitantes.

A decisão para reabertura da Casa de Juscelino, em funcionamento há 37 anos para reunir museu, biblioteca, espaço de convívio ao ar livre e guardar parte da história de JK, foi tomada após reunião, na sexta-feira passada (3/9), na sede do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Diamantina. Do encontro, participou o prefeito local, Juscelino Brasiliano Roque acompanhado de secretários municipais. Na tarde de ontem, Serafim Jardim entregou à promotora de Justiça, Luciana Christofaro, uma carta falando sobre a decisão de reabrir a casa.

Em nota divulgada ontem, a promotora de Justiça da comarca de Diamantina, Luciana Christofaro, informou que o MPMG atuou apenas como mediador entre o município e a direção do museu, na reunião de 3 de setembro, para discutir a possibilidade de reabertura da Casa. “Na ocasião, o MPMG sugeriu que o município assumisse provisoriamente, por 30 dias, a administração do museu, até que a diretoria tivesse condições financeiras de dar continuidade aos trabalhos”. Segundo a nota, ontem o diretor, Serafim Jardim, recusou a proposta e anunciou a reabertura.
 

Casa histórica 

Ocupando, em sistema de comodato, imóvel pertencente ao estado de Minas Gerais, a Casa de Juscelino é uma associação privada sem fins lucrativos com a finalidade institucional de preservar a memória do presidente JK. Pintado de branco, com janelas e portas azuis, o imóvel, aonde se chega subindo uma ladeira pavimentada com pedras capistranas, típicas de Diamantina, está bem conservado.

Serafim explica que JK nasceu na Rua Direita, 106, e morou na casa que hoje leva seu nome dos 3 anos aos 19. Para o diretor-presidente, preservar a casa é mais do que uma missão, pois, 13 dias antes de morrer, JK lhe pediu que comprasse o imóvel, então em poder de uma família, e zelasse por ele. O visitante pode ver o pequeno quarto onde JK dormia na infância e uma foto de quando ele, já adulto, a revisitou.

Perto dali, há um armário, sem um prego, só com encaixes, doado pela ex-primeira dama Sarah Kubitschek (1909-1996) e feito pelo bisavô de JK, o marceneiro Jan Nepomusky Kubitschek, conhecido como João Alemão e natural da  Boêmia, na República Tcheca. Em outras partes da residência há, nas paredes, desenhos a lápis, do arquiteto modernista e urbanista Lúcio Costa (1902-1998), datados de 1924, e outros com esboços de Brasília. 

No anexo, nos fundos, construído em 1994, se encontra o primeiro consultório de JK, formado na Faculdade de Medicina da UFMG em 1927, na capital. Num canto, um aparelho de anestesia, de 1930, doado por um particular de São Paulo; no outro, o equipamento para eletrocardiograma, do mesmo ano; e, pendurado, um jaleco.

Na biblioteca, pode ser visto ainda o retrato de JK, a óleo, pintado por Di Cavalcanti (1897-1976), que apresenta uma curiosidade. “A obra foi feita em 1952, quando Juscelino ainda era governador de Minas. Mas ele já traz, no peito, a faixa de presidente da República, o que soa como premonição”, explica Jardim..
 

Serviço

Museu Casa de Juscelino
Rua São Francisco, 241, Centro Histórico de Diamantina
Aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Ingresso: R$ 10


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