Na tentativa de rebecer a segunda dose da vacina contra o coronavírus, um morador de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, procurou um posto de saúde da cidade, mas teve o atendimento negado, sob alegação de que "havia recebido a primeira aplicação do imunizante em Belo Horizonte". A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) reconheceu a falha no procedimento.
“Tomei a primeira dose em Belo Horizonte, mas moro em Lagoa Santa. E se eu morasse em outro estado ou em uma cidade mais distante, como faria para tomar a segunda dose, teria que viajar para BH me vacinar?, questiona
o músico Cristiano Baracho, de 42 anos.
Ele conta que mora em Lagoa Santa há um ano com a esposa e três filhas e toda a família é usuária do SUS, com cadastro em um posto de saúde próximo à residência. Mesmo com o cadastro feito em Lagoa Santa, ele afirma que, como também possui comprovante de endereço na capital, optou por inicia a imunização em BH.
Ele conta que mora em Lagoa Santa há um ano com a esposa e três filhas e toda a família é usuária do SUS, com cadastro em um posto de saúde próximo à residência. Mesmo com o cadastro feito em Lagoa Santa, ele afirma que, como também possui comprovante de endereço na capital, optou por inicia a imunização em BH.
Só que na segunda dose, marcada para 13 de agosto, o músico afirma que só conseguiu percorrer os cerca de 40 quilômetros de distância entre as duas cidades para completar o esquema vacinal no dia 18 de agosto. Ao tentar a imunização na fila da repescagem, Cristiano não achou as doses da Pfizer disponíveis para pessoas com cormobidades nos postos onde procurou.
“Foi aí que começou o meu drama: fui a dois postos de saúde em Belo Horizonte para tomar a segunda dose e não encontrei a vacina. Me indicaram um terceiro posto em um local muito longe. Aí me disseram que eu teria o direito de tomar a segunda dose aqui em Lagoa Santa, mas a enfermeira do posto daqui disse que não tenho esse direito, agora não sei o que fazer”.
Tentativa em Lagoa Santa
Segundo o site da prefeitura de Lagoa Santa, a vacinação para o público com comorbidades, que é o caso de Cristiano, aconteceu nos dias 8 e 9 de setembro nos Centros de Especialidades Médicas e Multiprofissionais (CEMM) Vila Maria e Várzea.
O músico relata que ligou para a Policlínica Regional Oeste pedindo orientações sobre o caso dele e, a princípio, o atendente informou que ele deveria completar o esquema vacinal na cidade onde tomou a primeira dose. Após esse primeiro contato, Cristiano insistiu e o servidor do posto disse que era para ele aguardar que entrariam em contato com ele.
Baracho relata que depois de ter esperado por 10 dias, nessa quarta-feira (8/9) resolveu retornar ao posto para saber como estava o andamento e foi informado de que não teria direito a tomar a segunda dose, que deveria completar o esquema vacinal em Belo Horizonte. “Não entendi as regras do Plano de Vacinação de Lagoa Santa”, questiona.
De acordo com Plano Municipal de vacinação contra a COVID-19 de Lagoa Santa, o agendamento para a vacinação nas unidades se dará por meio dos agentes comunitários de saúde via telefone e diretamente na unidade que o usuário encontra-se cadastrado. Nesse sentido é necessário que os dados dos usuários estejam atualizados, principalmente do cartão SUS.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Plano Nacional de Imunização (PNI) preza pelos princípios do SUS de universalidade, equidade e integralidade. Sendo assim, segundo o PNI, a população que busca administração da segunda dose (D2) em local diferente da administração da primeira dose (D1) é entendido, em primeiro lugar, a necessidade de concluir o esquema vacinal contra a COVID-19.
A SES informa que, conforme proposto pelas Notas Informativas e diretrizes técnicas atuais, independente do local de vacinação da primeira dose, a aplicação da segunda dose deve ser garantida, independentemente da UF ou município em que a primeira dose foi realizada, garantindo assim o esquema vacinal de toda a população brasileira.
De forma geral, a recomendação da SES é para que o atendimento da população por faixa etária aconteça no município de residência, devido à base de cálculo da estimativa populacional para o envio de doses da vacina para o município.
Repescagem também pode ser em BH
De acordo com a prefeitura de Belo Horizonte, o morador de Lagoa Santa consegue tomar a segunda dose do imunizante da Pfizer nos postos de repescagem da segunda dose disponíveis em todas as regionais da cidade.
A prefeitura também afirma que não está faltando vacinas da Pfizer e acredita que o que deve ter acontecido com Cristiano é que ele deve ter procurado a dose em postos onde estavam fornecendo a primeira dose ou para outros públicos e que a logística de distribuição mudam na repescagem.
A prefeitura também afirma que não está faltando vacinas da Pfizer e acredita que o que deve ter acontecido com Cristiano é que ele deve ter procurado a dose em postos onde estavam fornecendo a primeira dose ou para outros públicos e que a logística de distribuição mudam na repescagem.
A prefeitura de Belo Horizonte ressalta que todos que ficaram na repescagem devem entrar no site da prefeitura no link Campanha para verificar onde está disponível a dose do imunizante que deve tomar. A prefeitura explica que não é necessariamente onde tomou a primeira dose que será onde vai tomar a segunda dose.
Procurada pela reportagem para saber como funciona o esquema vacinal de quem é de Lagoa Santa e tomou a primeira dose em outra cidade, a prefeitura de Lagoa Santa não respondeu à pergunta até a publicação desta matéria.