Capela Curial na estrutura da Arquidiocese de Belo Horizonte, Igrejinha da Pampulha, no coração dos mineiros e, a partir de 4 de outubro, dia do protetor dos animais e da natureza, Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis. Ícone do Patrimônio Mundial e cartão-postal da cidade, o templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) será elevado a essa condição para valorizar ainda mais o espaço sagrado, destacar o conjunto moderno e fortalecer a peregrinação.
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Igreja da Pampulha recebe iluminação com show de laser nesta sexta (27/8)No dia São Francisco, dono leva gatinho com leucemia à Igreja da Pampulha para buscar bençãosCheia de curiosidades históricas, igreja da Pampulha reabre com alfinetada de KalilBH, Contagem e Copasa trabalharão juntas para salvar Lagoa da PampulhaFuturo reitor do santuário, o padre Ednei Almeida Costa considera o reconhecimento “digno e justo”. Ele ressalta o grande número de visitantes. “Outro dia, chegou um casal dos Estados Unidos que sofria com a perda do animal de estimação e ficou sabendo da existência, na capital, de uma igreja dedicada ao protetor dos animais. Ficaram emocionados”, contou.
Lembrando que o templo reúne fé e cultura, o padre citou os demais artistas que trabalharam no futuro Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis, a exemplo de Cândido Portinari (1903-1962), autor dos 14 quadros recriando as cenas da via-sacra, da pintura de São Francisco com um cachorro e do painel externo em azulejos, homenageando o padroeiro. No interior, podem ser vistos os baixos-relevos em bronze do batistério, do escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989), e, na parte externa, o revestimento em pastilha de Paulo Werneck (1903-1962).
Uma igreja ou outro local sagrado se torna santuário quando os fiéis, em grande número, por algum motivo especial de piedade, fazem peregrinações. No território da Arquidiocese de BH, que reúne 28 municípios, há 12 santuários, seis deles na capital – Nossa Senhora da Boa Viagem, São Paulo da Cruz, Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, da Saúde e da Paz (Padre Eustáquio), São José e São Judas Tadeu.
TURISMO
Ontem, turistas do Sul do Brasil e da Alemanha se surpreenderam com a arquitetura da igreja e instalação do santuário. “Muito importante para valorizar ainda mais o templo, a arquitetura de Niemeyer, a história. Fizemos muitas fotos”, disse a fotógrafa Bárbara Angioletti na companhia do marido Júlio César Angioletti. Morador de Indaial (SC), o casal viaja pela primeira vez a BH e se disse apaixonado pela capital mineira.
Também pela primeira vez em BH, o estudante de direito Pedro Paulo Fabbri, de 23 anos, de Florianópolis (SC), se disse surpreso “positivamente” com BH e, de forma especial, com a Igrejinha da Pampulha. “Estamos acostumados com as igrejas tradicionais, e, neste caso, houve uma releitura modernista”, disse o estudante. O amigo Fabian Gutheil, arquiteto alemão residente em Berlim, se mostrou impressionado com a arquitetura e a forma abobadada da nave, com “o teto encostando no piso”.
Para quem quiser visitar ou assistir às missas, a igreja fica aberta todos os dias das 8h às 17h, com celebrações aos domingos, às 7h, 10h e 18h. O Conjunto Moderno da Pampulha é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural Municipal de Belo Horizonte.