Uma tarde dedicada a homenagens, mas também de protesto por uma misteriosa morte ainda não totalmente desvendada pelas autoridades. Centenas de amigos e familiares do professor e dançarino negro Fábio de Lima, de 36 anos, ou Fabinho Cabilera, se reuniram neste domingo (12/9), abaixo do Viaduto de Santa Tereza, para exigir explicações sobre as causas que levaram o jovem à morte em 13 de agosto.
Ele morreu em decorrência de um quadro de insuficiência renal e trauma contuso depois de ficar internado 22 dias no Hospital de Pronto-Socorro João XVIII sem identificação.
Ele morreu em decorrência de um quadro de insuficiência renal e trauma contuso depois de ficar internado 22 dias no Hospital de Pronto-Socorro João XVIII sem identificação.
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Homem cai de mureta e morre na Rua Sapucaí, em BHPolícia apura envenenamento de 9 cães em hotel de pets de BH; 2 morreramMorre na prisão médico suspeito de dopar, estuprar ex e divulgar imagensO caso revolta familiares, já que as causas não foram esclarecidas. De acordo com informações do hospital e do IML, o jovem sofreu uma queda de uma passarela e teria caído sobre um motociclista. Entretanto, não há mais informações sobre o local da morte nem registro de testemunhas ou de quem seria o motociclista. Ele não portava documento de identificação.
A família pensava que ele estava viajando. Ele foi visto pela última vez na manhã de 22 de julho na Escola Olegário Maciel, onde trabalhava. Após duas semanas de buscas, a família encontrou Fábio já em estado grave no hospital.
“Queremos entender o que ocorreu com Fábio, um jovem negro, trabalhador. Houve muito descaso em toda a história. Ele ficou desaparecido, internado 11 dias e a família não sabia. E não foi feito o exame de DNA. Como minha mãe imaginava que ele estava viajando, foi tudo muito difícil. Não sabemos o que ocorreu”, afirma a irmã Fernanda Lima, de 40 anos.
A ideia do ato surgiu depois que a morte causou comoção na capital: “O Fábio era muito ligado ao forró e ao rap. Por isso, trouxemos amigos dele para tocar algumas músicas. O encontro é também para saber o que aconteceu com ele”, acrescenta.
Fabinho era engajado no movimento cultural de BH. Formado pelo Plug Minas, dançava, fazia apresentações nas casas noturnas e também trabalhava como barman na casa de forró Ziriguidum, no Maleta e Paco Pigale.
No carnaval, participava do Bloco Angola Janga. Descrito como muito animado e gentil, não apresentava traços depressivos ou suicidas, o que leva a causa da queda a ser um mistério.
Laudos
Desde então, a família tem tentado saber o que ocorreu com ele. “Os laudos do hospital e do IML estão prontos. Agora, aguardamos o laudo do Samu para darmos continuidade às investigações. Tem um advogado nos assessorando nos trâmites que vamos ter de fazer”, alega Jamille Brasil, amiga de Fabinho.
Os últimos dias têm sido de muita angústia. “Estamos passando por um período difícil. Não tem resposta de nada. Não sabemos o que ocorreu. Ele era um menino negro e não andava sem documento. Sabemos como é o problema no Brasil”, afirma Fernanda.