Quatro militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) desembarcaram, nesta segunda-feira (13/9), em solo brasileiro, após 21 dias de intensos trabalhos humanitários em meio a comunidades que foram completa ou parcialmente destruídas pelo terremoto de magnitude 7.2 que atingiu o Haiti em 14 de agosto.
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Bombeiros de Minas vão compor equipe de missão humanitária no HaitiGrande BH amanhece em chamas neste sábado (11) e mobiliza bombeirosBombeiros combatem incêndios que começaram desde o fim de semanaIncêndio atinge área de reflorestamento no Ribeiro de Abreu, em BHPouso Alegre anuncia vacinação para pessoas acima de 18 anosO capitão Tiago Silva Costa, o tenente Rafael Rocha, o sargento Wesley Bernardes Faria e o sargento Thales Leite Braga foram recebidos, no início da tarde, por autoridades e familiares na Academia de Bombeiros Militar, no Bairro São Luiz, Região da Pampulha.
"Vocês foram ao Haiti, uma nação estrangeira, e levaram o coração mineiro e brasileiro para lá. Fizeram lá a diferença, transformaram aquele país em um lugar um pouco melhor com a presença de cada um de vocês que estava lá para se entregar. Muito obrigado, parabéns. Deus salve o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que tem na sua tropa pessoas como vocês”, disse o coronel Eduardo Ângelo Gomes da Silva.
“A partir do momento em que tivemos nossa primeira missão humanitária em Moçambique, o difícil era dormir. Criamos um grupo de WhatsApp naquela época e, a partir disso, a gente gostaria e ansiava por notícias de vocês. Depois, veio a segunda comitiva para Moçambique e da mesma forma, a tranquilidade só veio a partir do momento em que estavam em solo brasileiro”, ressaltou o coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, chefe do Estado-Maior.
Os quatro são integrantes do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (BEMAD) e foram enviados a Moçambique em 2019, quando o ciclone Idai atingiu o país africano.
Ações e cuidados
Os bombeiros militares de Minas atuaram de forma integrada com os do Distrito Federal e da Força Nacional, em ações de busca em estruturas colapsadas, na desobstrução de vias, construção de pontes e acessos, distribuição de alimentos, primeiros socorros a feridos, demolição de estruturas comprometidas, construção de abrigos, entre outras atividades.
Eles enfrentaram dificuldades nos deslocamentos e nas estruturas precárias que restaram após o terremoto.
Segundo a corporação, ao final das ações, os militares sempre eram instruídos pela equipe de Segurança de Saúde, sobre os cuidados pessoais e compartilhados para minimizar o risco de contaminação e contágio de doenças endêmicas nas regiões de atuação.
Como não havia água potável nas comunidades, os militares fizeram a instalação de purificadores de água em vários postos de atendimento para minimizar e evitar problemas de saúde entre o povo haitiano.
Durante esses dias de atuação no Haiti, país caribenho, os militares se depararam com histórias tristes, viram muita desolação, destruição e abatimento por parte do povo, mas também tiveram a oportunidade de ajudar de alguma forma a realidade das comunidades pelas quais passaram.
Atraso por questão técnica
Na ida, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que levava a missão humanitária para o Haiti, precisou ser substituído por outra aeronave. De acordo com a FAB, a troca aconteceu por uma questão técnica.
Em nota, a FAB afirmou que a aeronave escolhida para transporte foi a KC-390 Millennium. Mas, ao decolar de Brasília para Porto Príncipe, em um pouso técnico – já programado, para a Base Aérea do Cachimbo, localizada no sul do Pará, foi constatada a necessidade de substituição do avião.
*Estagiária sob supervisão do editor Álvaro Duarte