A Associação comunitária da Vila Betânia, na Região Oeste da capital mineira, se uniram para criar uma campanha para transformar o Recanto das Nascentes em um Parque Ecológico. O objetivo é revitalizar, arborizar e devolver à população uma área de proteção ambiental abandonada desde 2005. Faltam dois dias para encerrar o financiamento coletivo.
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Financiamento coletivo busca fortalecer HC, Risoleta e UPA Centro-SulDivulgado resultado de edital do financiamento dos eventos com potencial turísticos em BHReduto de alunos da PUC, no Coração Eucarístico, Bar do Rosa pede socorroMoradores arrecadam em vaquinha e vão revitalizar parque em BHHá 16 anos, o terreno foi abandonado e entregue à especulação imobiliária, que demoliu as estruturas que lá existiam: soterraram as nascentes, permitiram a queimada de árvores e jogaram dezenas de caminhões com entulho para destruir a área de preservação permanente.
''O terreno abandonado pela ACM Recanto, localizada no Bairro Betânia, é considerada uma Área de Preservação Permanente (APP) com uma área de mais de 29 mil m², onde catalogamos mais de nove nascentes, uma lagoa, três gameleiras sagradas, inúmeras árvores típicas da Mata Atlântica, muitos animais silvestres e um espaço com quadras e equipamentos de lazer totalmente degradados'', disse Gladson Reis, presidente da AME VIla Betânia.
Pensando nisso, a comunidade se mobilizou e foi a luta para salvar o parque. ''Para mudar esse jogo, a associação de moradores lançou a campanha de financiamento coletivo, que chega a sua última semana, para revitalizar e arborizar o Recanto. A campanha é apoiada pelo Fundo Enfrente, para projetos sociais em periferias urbanas e, com isso, cada real doado é multiplicado por três'', explicou Gladson.
A meta é arrecadar R$30 mil para realizar o serviço de limpeza pesada, adequações de segurança, instalação de lixeiras e placas de Educação Ambiental. Ele explicou que, atualmente, foram arrecadamos R$5.680, que já está triplicado pelo fundo Enfrente. No total, já são R$17.040,00.
Desse valor, 20% serão destinados ao aluguel de máquinas pesadas; 10% serão destinados à comunicação social; 5% serão para recompensas, 5% serão para outros gastos; 10% destinados à educação ambiental; 25% para mão de obra; 25% para materiais e ferramentas.
O sonho dos moradores é transformar o lugar abandonado em espaço de convivência, de esporte, artes, lazer e agroecologia. ''A APP abandonada tem papel fundamental no equilíbrio ambiental e no bem viver da população da regional Oeste de Belo Horizonte. Além de suas nascentes serem afluentes do Ribeirão Arrudas, esta é uma das poucas áreas não pavimentadas e arborizadas em mais de 15 quilômetros da Avenida Tereza Cristina'', disse.
É tudo ou nada
Caso o projeto atinja 100% ou mais da meta estipulada na campanha, moradores receberão o dinheiro arrecadado e entregarão recompensas aos apoiadores. Cada apoiador pode colaborar com valores a partir de R$10.
Entre as recompensas estão adesivos, canecas, ecobags, camisas, bloquinhos, o nome como padrinho de uma das nove nascentes, um curso de educação ambiental, entre outros. Caso a campanha não atinja a meta, o dinheiro é devolvido.