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Estado de Minas FALTA ÁGUA

Reunião com autoridades discute crise hídrica em Furnas

'Mar de Minas está virando brejo' afirmou o diretor do Senado, Alexandre Silveira, que articulou encontro com a presença do prefeito de BH, Alexandre Kalil


16/09/2021 19:18 - atualizado 17/09/2021 15:09

O baixo volume da represa de Furnas é reflexo do menor nível de chuvas dos últimos 91 anos
O baixo volume da represa de Furnas é reflexo do menor nível de chuvas dos últimos 91 anos (foto: Alago/Divulgação)

A crise hídrica está preocupando a população. Desta vez, a escassez de água na represa de Furnas é o motivo de uma reunião extraordinária organizada pela Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago) com autoridades, nesta sexta-feira (17/9), em Alfenas, no Sul de Minas.


Estão previstas as presenças dos presidentes da Eletrobras, Rodrigo Limp, e de Furnas, Clóvis Torres. Representantes da União dos Empreendedores do Lago de Furnas e Peixoto (Unilagos) e da Associação dos Municípios do Médio Rio Grande (AMEG) confirmaram a participação.  O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, é um dos convidados, como presidente da Frente Mineira de Prefeitos .

A presença dos empresários foi articulada por Alexandre Silveira, ex-deputado e atual suplente do senador Antonio Anastasia e diretor jurídico do Senado, comandado por Rodrigo Pacheco – presidente do Congresso Nacional que pediu atenção especial ao assunto.

Quatro pontos principais serão discutidos:

  1. a escassez de água na represa;
  2. a crise hídrica histórica;
  3. as dificuldades de acesso em localidades que ainda dependem de balsas;
  4. e a manutenção das cotas mínimas de 762 e 663 metros acima do nível do mar para Furnas e Peixoto, respectivamente.

Para Alexandre Silveira, o ideal é pressionar as hidrelétricas . “Tive alegria de receber prefeitos de Minas Gerais e ouvindo a demanda deles vimos que, entre os problemas macro do estado, uma das mais graves que identificamos foi a questão de Furnas. Eu e o (Rodrigo) Pacheco conversamos e entendemos que tínhamos que entrar de forma mais contundente na defesa do ‘mar que Minas’ que é Furnas”, disse.

Alexandre Silveira, ex-deputado e atual suplente do senador Antonio Anastasia e diretor jurídico do Senado
Alexandre Silveira, ex-deputado e atual suplente do senador Antonio Anastasia e diretor jurídico do Senado (foto: Divulgação)


O reservatório de Furnas é utilizado de múltiplas formas além de geração de energia. A água contida por lá também contribui com o turismo, lazer e pesca da comunidade no entorno. “Há um descaso do setor elétrico no uso de Furnas. O ‘mar de Minas’ está virando o ‘brejo de Minas’”, reclamou.

O político afirmou que já se reuniu com o diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Vitor Saback. “Queremos que parem de culpar a crise hídrica. O uso da água precisa ser mais bem utilizada", disse Alexandre Silveira à reportagem.

O diretor do Senado acrescentou: "A Ana está ciente de mecanismos legais de dificultar o uso irresponsável. Se a resposta das hidrelétricas na reunião não for a altura, vamos partir para processos mais contundentes, como exigir que a Ana faça o gerenciamento das águas.”

Represa na seca

O Estado de Minas mostrou, em 26 de agosto, que mesmo com medidas para evitar racionamento no país,  a Represa de Furnas atingiu o menor volume útil para um mês de agosto  dos últimos 20 anos, 18,02%. O reservatório é responsável por abastecer a hidrelétrica de mesmo nome, que fica em São José da Barra, no Sul de Minas, e integra o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% de toda a energia do país.

O volume baixo já era esperado pela Operador Nacional do Sistema (ONS), que prevê um cenário ainda pior para os próximos meses. O sistema, hoje com volume útil de 22,53%, deve chegar a 10,3% em novembro, ou até menos.

O baixo volume é reflexo do menor nível de chuvas dos últimos 91 anos. Em agosto do ano passado, a Represa de Furnas estava com volume de 49,27%, segundo dados do ONS.

Nos últimos 12 meses, o nível caiu 269%. O volume registrado este mês só não é menor que o computado em 2001 para o período. Naquela época, ele era de 13,72% e o Brasil enfrentava racionamento de energia.

(Com informações de Portal Gerais)


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