A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão contra integrantes de um grupo empresarial relacionado com o beneficiamento de minério, cujas operações estão em desacordo com a legislação ambiental e fiscal.
A ação, realizada na última quinta-feira (16/9), tem como objetivo coibir crimes ambientais. Essa é a segunda fase da operação Ultimato, nas cidades de Itabira e Sete Lagoas, ambas na região Central do estado, e Belo Horizonte.
De acordo com o delegado Pedro Ribeiro, do Departamento Estadual de Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) e responsável pela investigação, a expedição das prisões preventivas foi determinada após a constatação de que as atividades da empresa continuavam, indo contra as medidas de paralisação exigidas pelo órgão fiscalizador.
Ainda segundo a investigação, parte dos alvos são agentes públicos que tiveram seus nomes identificados no decorrer das apurações.
“É possível que servidores públicos estejam, de alguma maneira, facilitando a vida dessa empresa, com informações, por exemplo, de quando ela seria fiscalizada e na negociação de Termos de Ajustamento de Conduta que permitiram o retorno das atividades da empresa de forma legal”, observa Souza.
O delegado destaca que são investigados os crimes de beneficiamento de minério de forma ilegal, supressão de vegetação sem autorização, prestação de informações falsas a órgãos ambientais, e consequentemente, lavagem de dinheiro.
A operação contou com a participação de 50 policiais civis.
Operação Ultimato
A ação teve início no mês de maio deste ano e visa combater o beneficiamento ilegal de minério de ferro e outros crimes ambientais relacionados.
Na Operação Ultimato I, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em cinco municípios mineiros (Belo Horizonte, Caratinga, Itabirito, Mariana e Sete Lagoas).
As investigações indicavam a participação de diretores, sócios e responsáveis de cinco empresas nos delitos, que contemplam também desmatamento ilegal nas áreas de extração e beneficiamento mineral, supressão de vegetação, intervenção em Área de Preservação Permanente (APP) e crimes contra a administração pública ambiental.