Desde o início de setembro, Ivânia Ferreira, moradora do Bairro Recanto Verde, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vive com a incerteza se terá água em casa. Sem uma gota na torneira há nove dias, a artesã conta que já chegou a ficar 11 sem o fornecimento da Copasa.
“Já até nos acostumamos aqui em casas com a água ir embora na sexta-feira pela manhã e só voltar na madrugada de segunda-feira, mas nos últimos dias temos ficado mais vezes sem água”.
“Já até nos acostumamos aqui em casas com a água ir embora na sexta-feira pela manhã e só voltar na madrugada de segunda-feira, mas nos últimos dias temos ficado mais vezes sem água”.
A falta de abastecimento de água em casa também é o pesadelo da moradora do Residencial Caio Martins, Elicia dos Santos, que acumula há nove dias louças e roupas sujas da família de seis pessoas, sendo um deles um bebê de 1 ano.
“Nesse calor todo, sem água para beber e com tudo sujo, vejo que um caminhão-pipa por semana para o bairro, fornecido pela Copasa, está sendo pouco”.
Próximo à região central de Esmeraldas, a moradora do Bairro Dumaville Sandra Regina contabiliza nove dias sem o fornecimento da Copasa e acredita que estejam racionando a água.
Além do desabastecimento, as três moradoras de diferentes bairros de Esmeraldas também têm em comum os protocolos solicitando à companhia de saneamento o fornecimento de água.
Copasa admite problemas
Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a Copasa reconhece que o fornecimento de água na cidade está intermitente, com alternância de dias com e sem água. Nos locais mais elevados da cidade, há uma redução nas pressões nas redes e a água tem mais dificuldade em chegar às torneiras. Para estabilizar o fornecimento, a Copasa afirma que está realizando manobras operacionais e envio de caminhões-pipas para atender adequadamente à população.
A Copasa informa que Esmeraldas é abastecida em 52% pelo Sistema Paraopeba e 48% por poços profundos, e o abastecimento do Bairro Dumaville é realizado por três poços profundos, cuja soma das vazões é 11,0 l/s.
A empresa observa que devido ao crescimento populacional da região, o abastecimento é complementado com caminhões-pipas que se valem de pontos de injeção direta nas redes, que promovem uma melhor distribuição e atingem um maior número de imóveis ao mesmo tempo.
A empresa observa que devido ao crescimento populacional da região, o abastecimento é complementado com caminhões-pipas que se valem de pontos de injeção direta nas redes, que promovem uma melhor distribuição e atingem um maior número de imóveis ao mesmo tempo.
Ainda segundo a companhia de saneamento, esse complemento com caminhões-pipas será substituído em breve com a construção de adutora, cujas obras se iniciaram no dia 14 de setembro, que integrará os sistemas da Sede de Esmeraldas, de Santa Quitéria e Nova Esmeraldas, além do Bairro Dumaville.
A Copasa garante que dessa forma o reservatório recentemente instalado será utilizado para equalizar todas as fontes de produção e permitir que a distribuição a toda a região seja regularizada.
Em relação ao racionamento de água na cidade, a Copasa nega que isso esteja ocorrendo em Esmeraldas e explica que a elevação da temperatura tem provocado um aumento expressivo do consumo.
Outro ponto destacado pela empresa é que e em algumas regiões de Esmeraldas há elevado índice de derivações irregulares nas redes, o que provoca despressurização do sistema e desabastecimento aos imóveis localizados nas calotas mais elevadas.
A Copasa afirma que vem aumentando a produção de água para atender de forma plena a toda população da Região Metropolitana de Belo Horizonte, além de disponibilizar abastecimento complementar com caminhões-pipas aos mais afetados.