A perspicácia de policiais militares de Itamonte, que estranharam um homem mal vestido, que não era conhecido deles, acabou por desvendar um mistério vivido por uma família baiana, na cidade de Macarani. Um morador, Demiraldo Ferreira Santos, de 34 anos, que tem problemas mentais, estava desaparecido desde fevereiro. Os policiais se aproximaram, começaram a conversar com o homem, que apresentava dificuldades na fala e confusão mental. Uma consulta feita à Polícia Civil da Bahia acabou confirmando que ele era o procurado.
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Homem do Pará, que estava desaparecido havia 3 anos, é encontrado em MinasDesaparecido há 8 dias, José Flor finalmente reencontra o irmãoDesaparecido há duas semanas no Rio, mineiro de Igarapé volta para casaFamília pede ajuda para encontrar homem desaparecido há cinco dias Família está preocupada com o desaparecimento de jovem engenheira, em BHJohn se aproximou do homem e puxou conversa. "Queria saber quem era, de onde vinha. No entanto, quando perguntei seu nome, ele falou, mas não entendi direito. Parecia querer dizer Oswaldo. Continuamos tentando conversar. Olha, foi uma conversa que começou às 9h e foi até as 16h.”
Nesse tempo, os policiais levaram Dermivaldo para o Posto da PM, deram café da manhã e almoço. "O tempo todo a gente conversava com ele e ia tentando conseguir informações. Perguntei, várias vezes, pelo nome e de onde vinha. Ele falou que era do Rio de Janeiro e contou que foi maltratado, que chegaram a bater nele. Muito triste. A gente sentia que ele estava sofrendo. As roupas muito sujas e toda rasgada. O seu copo tinha um mau cheiro. Sobre isso, conseguiu falar. Contou que não tomava banho desde que saiu de casa.”
O soldado resolveu, então, pedir ajuda à Polícia Civil. Ligou para um amigo policial, o investigador Thiago José Machado Pereira Rosa, que passou a ajudá-lo. "Com muito custo, ele falou o nome real, Demiraldo. E conseguiu falar o nome da mãe, Isabel. Passei para meu amigo e ele fez uma consulta sobre pessoas procuradas por crimes e que estavam foragidas, mas não apareceu nada."
E conversando com o policial civil, falou que o homem tinha sotaque baiano. Este fez um contato com a polícia baiana, mas não havia nenhum nome na lista de criminosos, sequer parecido com o de Demiraldo. "O Thiago resolveu, então, procurar nos desaparecidos. Apareceu o nome. Ele ligou, então, para a delegacia de Macarani. E tivemos uma coincidência, pois o policial com quem falou era o que tinha registrado o desaparecimento. Trocamos fotos e informações e se confirmou."
Fim de desespero
O policial baiano entrou em contato com dois irmãos do desaparecido, Derlinda e Joanilson. Segundo o soldado John, Derlinda chorou muito e contou que o irmão tem problemas mentais, mas que nunca tinha saído de casa. Que ele estava desaparecido desde fevereiro.
Demiraldo foi, então, encaminhado para uma casa de recuperação de Itamonte, Desafio Jovem Maanaim. Lá tomou banho, recebeu roupas novas, foi alimentado e pernoitou. "Aliás, ele ainda está lá. Ficou muito feliz com o banho, e principalmente, com as roupas limpas".
Uma operação foi montada para o reencontro de Demiraldo com os irmãos. Macarani fica a 1.200 quilômetros de Itamonte. Demiraldo será trazido de Itamonte para Belo Horizonte. Os irmãos do desaparecido virão, também, para Belo Horizonte. E aqui se dará o encontro.