Itaúna voltará a realizar cirurgias eletivas a partir da próxima semana. A retomada, suspensa desde fevereiro, já poderia ter ocorrido desde junho, quando a cidade do Centro-Oeste mineiro foi liberada pelo programa Minas Consciente. No entanto, o Hospital Manoel Gonçalves (HMG) e a prefeitura travaram uma negociação que se arrastou por meses.
a publicação do Estado de Minas sobre o tema, já que 2.500 pessoas esperam por um procedimento cirúrgico.
Segundo a gestão municipal, a confirmação da volta das cirurgias ocorreu logo após "No dia seguinte (à publicação da matéria) o hospital já deu o ok e agora todos os setores do hospital já estão cientes. Os médicos também já estão sabendo desse retorno e agora já vamos começar nesta semana as avaliações pré-cirúrgicas e provavelmente as primeiras cirurgias devem acontecer já na semana que vem", afirma o secretário municipal de Saúde, Fernando Meira.
Ainda conforme Meira, o HMG - que atende a população da cidade - já enviou ao município a lista de procedimentos que poderão ser realizados.
A negociação entre a prefeitura de Itaúna e o Hospital Manoel Gonçalves começou no final de junho, quando a cidade atendeu aos requisitos previstos pelo Minas Consciente para a retomada das cirurgias eletivas - mesmo estando na Onda Amarela.
De um lado, o hospital alegava perda de receita devido à alta nos custos de cirurgias. Do outro a prefeitura oferecia um valor três vezes maior em relação à tabela do SUS.
Uso diário de medicamento para dor
Enquanto a negociação entre o poder público e a casa de caridade se arrastava, os casos dos pacientes se agravam. Uma paciente, que prefere não ser identificada , contou que há um ano faz uso de medicamento todos os dias para suportar a dor causada pela inflamação na vesícula.
O médico indicou há mais de um ano a cirurgia para a retirada da vesícula. Além disso, ela recebeu, inclusive, um laudo indicando a urgência da cirurgia. "Todos os dias eu passo mal. A dor no lado é constante, eu sempre tenho vômitos e todos os dias tomo remédio pra dor há mais de um ano", relata.
"Tem dias que não consigo nem sair de casa. Não sei mais o que fazer e imagino que deve ter muito mais gente na mesma situação que eu", complementa a dona de casa, ao apontar o lugar onde sente as dores constantes, na lateral do corpo.
Sem definição de datas
De acordo com o secretário de Saúde de Itaúna, Fernando Meira, as cirurgias vão ser realizadas obedecendo aos critérios de entrada dos pacientes na fila e de urgência.
"Os pacientes que estão na fila já deram entrada com a documentação na Regulação (setor da prefeitura de Itaúna que trata da marcação de cirurgias), agora é só aguardar mesmo", informa Meira.
Ele explica que não há como dar uma previsão para as pessoas de quando a cirurgia será agendada, pois há uma conjunção de vários fatores até que a data da cirurgia seja definida.
"Essa é uma questão complexa. Depende de várias coisas: número de pessoas na frente, quantidade de prioridades, disponibilidade de cirurgias no mês, pessoas com risco cirúrgico ok, dentre outros", lista o secretário.
"Por isso é tão difícil precisar um número. Mas, normalmente, para a pessoa, é informado quando as cirurgias estão sendo feitas e qual o número médio de cirurgias no mês", finaliza Meira.