Um grande foco de incêndio no Bairro Borba Gato, em Sabará, não pôde ser contido nesta semana pelo 5º pelotão de Bombeiros Militar, situado na histórica cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Uma equipe da capital teve que ser deslocada para conter o fogo que durou dias e colocava residências em risco. O motivo: o único caminhão Auto Bomba Tanque (ATB) – veículo específico para combate a incêndio – da companhia de Sabará está estragado, aguardando conserto.
Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, até esta quarta-feira (22/9), dos 117 caminhões ABT existentes no estado, 31 estão passando por algum tipo de manutenção, desde preventivas que liberam o veículo para atendimento no mesmo dia, até corretivas, que demandam mais tempo para retorno da viatura.
Isso representa 26,49% da frota parada no estado, ou um a cada quatro veículos, no período mais crítico da estiagem e que demanda mais atendimentos a focos de incêndio, que é o mês de setembro.
Segundo o Corpo de Bombeiros, por meio de sua assessoria de imprensa, tal situação já é prevista. “As 31 viaturas não comprometem o atendimento deste tipo de ocorrência, visto que o total de viaturas já prevê situações de baixa para manutenção”.
“As unidades que não se encontram disponíveis estão nessa situação pelo rodízio de manutenção preventiva que é feito (para que sempre existam viaturas em condições de atendimento enquanto outras estão fazendo serviços preventivos), ou por situação de problemas mecânicos/acidentes que tenham impedido o uso e que por isso, demandem manutenção corretiva, cujo processo é iniciado imediatamente após a detecção do problema, mas que demandam períodos temporais diferentes conforme a natureza do problema”, diz nota da corporação.
Cidades recebem caminhões emprestados
De acordo com a corporação, há um remanejamento estratégico entre as áreas de atendimento do estado para garantir que as cidades que possuem apenas um veículo de combate a incêndio não fiquem desguarnecidas se o caminhão apresentar problema.
Dessa forma, quando há a necessidade de manutenção de uma viatura de uma unidade que possui uma ou poucas viaturas de determinado tipo, outra unidade próxima empresta temporariamente uma viatura para o local.
Retorno à ativa não tem previsão
Cada tipo de defeito demanda um tempo e não dá para prever quando os veículos voltarão à ativa. “Em relação ao procedimento administrativo, a cada exercício financeiro (ano) é realizado um grande pregão que credencia as oficinas para a prestação de serviços durante todo aquele ano, e conforme as manutenções vão sendo realizadas, vai ocorrendo a utilização da cota financeira destinada para aquele fim. Além disso, para manutenções menos complexas, há o Centro de Suprimento e Manutenção do CBMMG, que conta com mecânicos de viaturas e profissionais especialistas para manter a frota de veículos sempre operante”, esclarece a nota.
Ocorrências de incêndio batem recorde em setembro
Segundo o registro de ocorrências do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, de 1 a 20 de setembro desse ano, em todo o estado já foram contabilizadas 2.971 ocorrências de combate a incêndios.
Desses, o recorde de chamadas é para lotes vagos de área urbana, um total de 683 atendimentos em toda Minas Gerais e 71 na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A segunda maior demanda para os Bombeiros é o incêndio em área urbana não protegida, que já chega a 664 no estado e 226 na RMBH.
A área rural, de locais não protegidos, fica em terceiro lugar, com 530 atendimentos neste período de setembro, sendo 41 na Grande BH.
Outros dados apontam que no período de estiagem, de abril a setembro, tem este último mês, o momento mais crítico para a corporação quando o índice de ocorrências chega ao alerta máximo. De abril a agosto deste ano, houve 16.143 atendimentos sendo que o mês de setembro ainda não foi contabilizado no gráfico.
No ano passado, de abril a setembro, ocorreu um total de 17.576 chamadas para este tipo de ocorrência.