Jornal Estado de Minas

DADO IMPACTANTE

Pandemia da COVID-19 mata um a cada 91 idosos em Minas Gerais

A pandemia do novo coronavírus já matou um a cada 91 idosos de Minas Gerais. A estatística fica ainda mais impactante quando analisados apenas os senhores e senhoras com mais de 80 anos: morreu um a cada 40. Os números fazem parte de um estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).




 
O levantamento é feito através do Painel de Monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A Unifal faz o acompanhamento da pandemia e divulga um estudo toda semana. O mais recente, que mostrou os dados que abrem esta reportagem, foi divulgado nessa quarta-feira (22/9).
 
O professor e coordenador da pesquisa, Sinezio Inácio da Silva, explica que já morreram 37.929 pessoas com mais de 60 anos, por COVID-19, em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, os idosos representam mais de 3 milhões de habitantes e possuem uma taxa de mortalidade de 1.102 a cada 100.000, em terras mineiras.
 
"Aí temos a regra de 3: se ocorreu 1.102 óbitos em 100.000, aconteceu um a cada ‘x’. Ao dividir esse número, é possível chegar ao resultado de uma morte a cada 91 idosos”, explica o estudioso à reportagem.




 

Doses de esperança

 
O mesmo estudo da Unifal mostra um cenário alentador. Os pesquisadores decidiram fazer o cálculo apenas a partir de agosto deste ano, quando idosos passaram a ter o ciclo vacinal completo. E aquele número de um idoso morto a cada 91 muda para um óbito a cada 2.731 pessoas com mais de 60 anos.
 
Em relação aos senhores e senhoras com mais de 80 anos, a taxa sobe para uma morte a cada 648 - ante 40 quando considerado todo o período da pandemia. 
 
E o estudo mostra mais números e abordagens. Enquanto os idosos têm um risco de morrer por COVID 512 vezes superior ao dos adolescentes em Minas, a taxa de mortalidade despencou 81% quando comparados agosto com janeiro deste ano.
 

E os mais jovens?

 
A pesquisa mostra que, entre as crianças na faixa de 0 a 9 anos, a taxa de mortalidade de 2,83 chega a ser maior do que em adolescentes de 10 a 19 anos, que atingiu 2,15. Durante o período do começo da pandemia até julho, houve uma morte para cada 46.512 jovens em Minas. Esses números também diminuíram em agosto, quando chegaram a uma morte a cada 2.838.848 adolescentes.
 
“Ocorreram 75 mortes entre crianças de 0 a 9 anos, destas, 39 foram entre bebês com menos de um ano de idade. Se formos pensar, o nosso descuido, para variar, é muito covarde porque afeta os mais inocentes e desprotegidos: pessoas muito idosas e jovens muito jovens, que são os bebês”, lamenta o professor da Unifal Sinezio Inácio da Silva.




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