A pandemia do novo coronavírus já matou um a cada 91 idosos de Minas Gerais. A estatística fica ainda mais impactante quando analisados apenas os senhores e senhoras com mais de 80 anos: morreu um a cada 40. Os números fazem parte de um estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).
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"Aí temos a regra de 3: se ocorreu 1.102 óbitos em 100.000, aconteceu um a cada ‘x’. Ao dividir esse número, é possível chegar ao resultado de uma morte a cada 91 idosos”, explica o estudioso à reportagem.
Doses de esperança
O mesmo estudo da Unifal mostra um cenário alentador. Os pesquisadores decidiram fazer o cálculo apenas a partir de agosto deste ano, quando idosos passaram a ter o ciclo vacinal completo. E aquele número de um idoso morto a cada 91 muda para um óbito a cada 2.731 pessoas com mais de 60 anos.
Em relação aos senhores e senhoras com mais de 80 anos, a taxa sobe para uma morte a cada 648 - ante 40 quando considerado todo o período da pandemia.
E o estudo mostra mais números e abordagens. Enquanto os idosos têm um risco de morrer por COVID 512 vezes superior ao dos adolescentes em Minas, a taxa de mortalidade despencou 81% quando comparados agosto com janeiro deste ano.
E os mais jovens?
A pesquisa mostra que, entre as crianças na faixa de 0 a 9 anos, a taxa de mortalidade de 2,83 chega a ser maior do que em adolescentes de 10 a 19 anos, que atingiu 2,15. Durante o período do começo da pandemia até julho, houve uma morte para cada 46.512 jovens em Minas. Esses números também diminuíram em agosto, quando chegaram a uma morte a cada 2.838.848 adolescentes.
“Ocorreram 75 mortes entre crianças de 0 a 9 anos, destas, 39 foram entre bebês com menos de um ano de idade. Se formos pensar, o nosso descuido, para variar, é muito covarde porque afeta os mais inocentes e desprotegidos: pessoas muito idosas e jovens muito jovens, que são os bebês”, lamenta o professor da Unifal Sinezio Inácio da Silva.