Somente nesta semana, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais registrou mais de 1 mil chamados para ocorrências de incêndios em vegetação no estado. O balanço foi divulgado na manhã desta sexta-feira (24/9).
São somadas apenas as chamadas iniciais. Detalhando o cálculo, os bombeiros explicam que, no caso de um incêndio que está em andamento há mais de 24 horas, é contabilizada somente o primeiro acionamento referente a ele. O telefone do Corpo de Bombeiros é o 193. A ligação é gratuita.
A corporação também atualizou nesta manhã o combate a alguns dos focos de incêndio mais expressivos no estado. Apesar da queda da temperatura em algumas regiões com a chegada da primavera, a estiagem segue contribuindo para que as chamas se espalhem. Alguns focos foram vencidos ontem, mas ainda há combates em andamento em fazendas e áreas de proteção ambiental.
Nesta sexta, o incêndio em um trecho do Parque Estadual da Serra do Papagaio, em Itamonte, no Sul de Minas, completa quatro dias. A área em chamas fica na região do Pico Santo Agostinho. De grandes proporções, o incêndio se propaga no sentido Garrafão, Morro Grande, Morro Alegre e Serra dos Coelhos.
De acordo com os bombeiros, na noite de ontem, vários focos já haviam sido controlados e algumas áreas eram apenas monitoradas. No entanto, ainda há pontos ativos de reignição em áreas de difícil acesso. Um posto de comando foi montado na Fazenda Santa Rita, sede do parque.
O Parque Estadual Serra do Brigadeiro, que abrange oito municípios da Zona da Mata, teve um incêndio registrado ontem. Bombeiros de Manhaçu, funcionários do parque e voluntários combatem as chamas. Há duas linhas de fogo principais. Até o meio-dia dessa quinta, pelo menos 200 hectares haviam sido queimados. Os trabalhos continuam.
A Área de Proteção Ambiental (APA) Cochá e Gibão, em Bonito de Minas, Norte do estado, também continua em chamas. O fogo já destruiu 470 hectares de vegetação. “Hoje (24), bombeiros, apoiados por brigadistas do IEF (Instituto Estadual de Florestas) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), combatem os focos localizados em Veredinha, monitoram a região do Cabeceira do Catulê, dão continuidade de rescaldo/monitoramento na região do Tejuco e proteção da comunidade as margens da rodovia”, informam os militares.
Ainda como parte desse combate, uma aeronave despeja água em um foco na APA Pandeiros/Tejuco, e equipes fazem o rescaldo por terra.
Em uma área da Arcelor Mittal entre os municípios de Vazante e Paracatu, Noroeste de Minas, o combate a um incêndio florestal chegou ao quinto dia. O fogo está concentrado em uma fazenda e é combatido em duas frentes.
Apagados
Ainda nesta manhã, o Corpo de Bombeiros anunciou que três incêndios no Norte de Minas foram debelados. Um deles era em uma área de vegetação em Gameleira. Bombeiros do 7º Batalhão de Montes Claros e de Diamantina trabalharam no combate, que durou sete dias.
O Parque Estadual Caminho dos Gerais disponibilizou brigadistas e caminhonetes 4x4 e ferramentas. Já a prefeitura de Gameleira contribuiu com caminhões-pipa, máquinas para abertura de aceiros e outros itens. Os moradores da região também contribuíam com a força-tarefa.
“Embora o grande prejuízo ambiental, devido à intensidade das chamas na vegetação seca potencializada pelos fortes ventos, a atuação conjunta dos envolvidos evitaram a destruição de uma grande área de cerrado nativo da região. A área queimada foi de aproximadamente 15 mil hectares”, explicou a corporação. O terreno atingido equivale a 21 campos de futebol.
“No último dia de trabalho, a força tarefa percorreu todo o perímetro do incêndio, monitorando a área queimada. No final do dia, felizmente, o incêndio foi totalmente extinto”, informa. As causas do fogo ainda são desconhecidas.
Bombeiros de Bocaiúva, também no Norte do estado, conseguiram apagar ontem o fogo que começou na quarta-feira na Fazenda Pé do Morro, na zona rural de Guaraciama. O incêndio atingiu uma área de pastagem e um trecho de vegetação mista de cerrado. As chamas se espalharam por três propriedades rurais e atingiram cerca de 200 hectares. Além dos bombeiros, trabalharam no local 20 voluntários com dois caminhões-pipa. As chamas foram controladas no fim da tarde e os moradores foram orientados a monitorar a área e chamar os bombeiros novamente caso o fogo recomece.
Os bombeiros também controlaram o fogo em uma plantação de eucaliptos, que passou para a mata nativa da Fazenda Araçá, em Ninheira, também no Norte. Bombeiros do pelotão de Salinas participaram do combate. Eles foram chamados por volta das 8h10 de ontem.
“A vegetação seca e rasteira, em meio às árvores de médio porte e os fortes ventos na região, facilitava a sua propagação e, com isso, era gerado muita fumaça e altas labaredas/chamas vivas”, detalhou o Corpo de Bombeiros.
O combate foi feito por terra com a ajuda de nove apoiadores e durou sete horas. A área queimada chega a 100 hectares. Nesse caso, os proprietários e funcionários da fazenda também foram orientados a monitorar qualquer sinal de novos focos.