Um conhecido pichador, de 25 anos, procurado pela Polícia Civil, estava foragido e foi preso na manhã desta segunda-feira (27/9), dentro da operação Guardiões do Meio Ambiente, realizada em conjunto pela Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) e a Guarda Municipal de Belo Horizonte.
Depois de um trabalho do Serviço de Inteligência, a Polícia Civil descobriu o paradeiro desse foragido da Justiça denunciado por fazer parte da maior associação criminosa de pichadores de Belo Horizonte, uma gangue denominada “Melhores de Belô” ou “MB”.
De posse do mandado de prisão preventiva, policiais dos dois órgãos passaram a monitorar a Região Central da capital, conseguindo localizar e prender o procurado. E ao ser preso, na revista, os policiais encontraram drogas.
“Essa foi mais uma ação efetiva, fruto de uma bela parceria firmada entre a Polícia Civil de Minas Gerais e a Guarda Municipal de Belo Horizonte. A prisão de hoje soma-se a outras já efetivadas anteriormente, de modo que todas elas são fundamentais para desarticular o aludido grupo criminoso que vinha poluindo visualmente a capital com pichações ousadas e indiscriminadas”, diz o delegado Eduardo Vieira, que coordenou as investigações.
Guardiões do meio ambiente
A operação vem sendo realizada há dois anos. No último dia 13, foram denunciadas 15 pessoas, entre eles identificados todos os integrantes do grupo, apontados como responsáveis por crimes ambientais e contra o patrimônio.
Segundo o delegado Eduardo Vieira a apreensão de celulares foi determinante para provar a atuação da organização criminosa. "No curso das investigações, começamos a verificar que, por trás daquelas pichações isoladas, existia uma verdadeira associação criminosa de indivíduos voltados para a prática de pichação e de danos. A partir de então, a gente começou a solicitar diversos mandados de busca e apreensão, junto ao Poder Judiciário, que foram autorizados.”
O delegado ressalta que o Ministério Público já analisou as provas produzidas. "Os indivíduos integrantes dessa suposta associação criminosa viraram réus de uma ação penal criminal e, inclusive, o Poder Judiciário expediu os mandados em desfavor deles.”
No dia 13, foram apreendidos diversos materiais, como apetrechos utilizados para as pichações, cordas de rapel para fazer as pichações mais difíceis, latas e sprays de tintas, camisas com as siglas do grupo e outros equipamentos.
Ele ressalta que num único prédio na capital mineira, um laudo pericial constatou dano patrimonial e ambiental superior a R$ 700 mil. Além disso, um dos investigados tem passagens por uso de drogas, pichação, tráfico de drogas, porte ilegal de arma, danos e outros.
A investigação, segundo o delegado, ainda não foi totalmente concluída, já que a polícia agora apura o envolvimento do grupo em violação de sigilo funcional a partir de um celular apreendido. “Percebemos que essa associação criminosa poderia ter “tentáculos” dentro do Poder Judiciário. Verificamos que o mandado de busca e apreensão havia sido vazado para eles. E isso se tornou agora um novo objeto de inquérito policial, que estamos investigando a fundo.”