Belo Horizonte é uma das cidades que farão ensaios clínicos de fase intermediária e avançada de uma pílula para prevenir a COVID-19 em pessoas expostas ao vírus. Batizado de PF-07321332, o compromisso começou a ser desenvolvido pela Pfizer em março de 2020 e será avaliado em combinação com o ritonavir, que já é usado contra o vírus da Aids.
Os testes ocorrem no Centro de Pesquisa Clínica Infection Control Ltda, no Prado. O médico infectologista Carlos Starling, que integra o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus na capital, está supervisionando as pesquisas. Os pesquisadores do centro atuam em três ensaios clínicos multicêntricos internacionais, ou seja, que estão sendo conduzidos em vários centros de pesquisa em vários países, sendo dois deles da farmacêutica Pfizer e um da Azidus.
O comprimido é conhecido como "inibidor da protease" e, em testes de laboratório, demonstrou interromper o efeito de replicação do vírus.
O objetivo do teste é determinar a segurança e eficácia dos medicamentos na prevenção de uma infecção por Sars-CoV-2 - o vírus que causa a COVID-19 - e o desenvolvimento de sintomas até o 14º dia após a exposição.
Em todo o mundo, o ensaio clínico contará com a participação de 2,6 mil adultos que apresentarem sinais de infecção por COVID-19 ou que descobriram recentemente foram expostos ao vírus. Em Belo Horizonte, não há um número certo de voluntários, já que o recrutamento é ilimitado.
Para participar dos testes, a pessoa tem de ser maior de 18 anos, ter sintomas de COVID-19 dias antes e estar disposta a cumprir todas as visitas programadas, o plano de tratamento, os exames laboratoriais, as considerações sobre o estilo de vida e outros procedimentos do ensaio.
O estudo também contempla participantes assintomáticos que tiveram resultado negativo no teste rápido de antígeno para a COVID-19 na triagem, e que moram na mesma casa de um indivíduo que é sintomático e recentemente testou positivo.
Para serem incluídos no estudo, os voluntários devem estar no período de 24 horas do resultado negativo no teste rápido de antígeno para o coronavírus e 96 horas após a coleta do primeiro teste positivo do caso próximo.
Se for aprovada nos testes, a pílula pode ser eficaz apenas nos estágios iniciais da infecção. A partir do momento em que a COVID progride para um estado grave, o vírus basicamente para de se replicar e os pacientes sofrem de uma resposta imunológica hiperativa.
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