Suspeito de liderar uma organização criminosa que já teria feito mais de 100 vítimas e dado um prejuízo de pelo menos R$ 5 milhões, um homem de 34 anos foi preso pela Polícia Civil em São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, nessa segunda-feira (27/9).
O grupo criminoso estava montando um call center em Marataízes, no Espírito Santo, para estender a aplicação de golpes em consórcios de veículos por todo o país.
O grupo criminoso estava montando um call center em Marataízes, no Espírito Santo, para estender a aplicação de golpes em consórcios de veículos por todo o país.
O suspeito – que ostentava vida luxuosa no estado capixaba com os proveitos dos crimes cometidos, ocultando os bens em nomes de laranjas – fez mais de 100 vítimas. A maioria delas, pessoas mais humildes e de baixo poder aquisitivo.
Para vender os consórcios, a organização captava clientes, que efetuavam os pagamentos das parcelas ou efetuavam lances. No entanto, eles não eram contemplados com o prêmio contratado.
Entre investigados e suspeitos, os policiais civis cumpriram 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ubá, Juiz de Fora, São Sebastião do Paraíso e Marataízes – cidade onde o call center foi desmantelado durante a operação “Azar Certo”.
Em entrevista ao
Estado de Minas
, o delegado da Polícia Civil de Ubá, Douglas Mota, explicou que a central de atendimento, quando descoberta, já operava em baixo fluxo, com cerca de quatro pessoas. “A montagem do espaço estava em processo de finalização. Em total operação, o local comportaria de 30 a 40 pessoas no serviço de atendimento. O objetivo era estender o golpe a nível nacional.”
O delegado destaca, ainda, a importância de tornar público o nome da empresa e assim evitar que mais pessoas sejam lesadas. “Existe uma empresa idônea no ramo de consórcios chamada Brisa Veículos. Então, os criminosos se apropriaram dessa marca, já conhecida no mercado, e criaram outro site acrescentando apenas mais uma letra ‘S’ ao nome da empresa”, explica o delegado.
A Polícia Civil também aponta que os golpes transcendem a fronteira de Minas Gerais. No entanto, as investigações ainda estão em curso. Com a prisão do líder, os investigadores esperam levantar mais informações sobre o patrimônio dele e de outros integrantes do grupo e, deste modo, ressarcir as vítimas.
A investigação teve início há mais de um ano. Diante do volume de vítimas e da complexidade do caso, o setor de Inteligência da Delegacia Regional de Polícia Civil de Ubá foi acionado.
Inicialmente, o suspeito utilizava empresas administradas por ele – Ubá Motos, Ubá Construtora e Sorte Certa – para aplicar os golpes.
As pessoas que fizeram negócio com essas empresas, e se sentiram lesadas, devem procurar a delegacia para registro da ocorrência, orienta a Polícia Civil.