O processo em curso na Alemanha que definirá se houve responsabilidade da empresa Tüv Süd no rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em janeiro de 2019, foi prorrogado por mais cinco meses para bater o martelo. A data do julgamento foi marcada para 1º de fevereiro de 2022, três anos após a tragédia.
De acordo do Pedro Martins, advogado do escritório internacional de advocacia PGMBM, que representa as famílias e a prefeitura na ação, o pedido da corte é legítimo e pode sinalizar um ponto positivo para os autores da ação. "As três juízas se mostraram bem preparadas, conhecedoras dos fatos e fizeram perguntas consistentes sobre o caso. Agora elas vão se debruçar sobre outros documentos e sobre o que foi dito na audiência de hoje pelas partes. Estou confiante que no início do ano elas tomarão uma decisão, parcial ou definitiva", disse.
O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos (PV) esteve em Munique para a audiência e saiu com pensamento positivo. "Queríamos ter saído daqui com uma decisão, com justiça feita. Mas o que vimos hoje nos deixou ainda mais confiantes. Espero que as juízas possa analisar com cautela tudo o que foi dito aqui rápido reconheça Brumadinho e todas as famílias, como os verdadeiros atingidos pelo crime que matou 272 pessoas.”
Barcelos destacou que durante a audiência os advogados deixaram explícita a culpa da Tüv Süd. "Pelo que vimos aqui no tribunal não há como não reconhecer uma culpa que é pública e notória", afirmou.
Mais de dois anos após a tragédia, familiares ainda sofrem com o desaparecimento de nove vítimas. Ao todo, 261 pessoas que morreram em decorrência do rompimento da barragem já foram identificadas.