Seis suspeitos de integrar um grupo criminoso voltado para o tráfico de drogas no Bairro Novo das Indústrias, em Belo Horizonte, e de participação em um homicídio, nas idades entre 19 e 37 anos, foram presos nesta quinta-feira (30/9) por policiais do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), dentro da Operação 'Quinto Mandamento'. Ao todo, 10 pessoas já estão presas.
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Segundo as investigações, ele teria ordenado a morte da vítima por causa de um desentendimento na venda de drogas no Bairro Novo das Indústrias. “É um indivíduo extremamente perigoso. Mesmo preso, ele ainda é temido na comunidade. Ele é autor de homicídios no aglomerado desde 2003, quando era menor de idade. Pela minha delegacia, esse vai ser o 10º indiciamento dele por homicídio. É um indivíduo com somatória de penas que ultrapassa 100 anos”.
Durante essa quarta fase da 'Quinto Mandamento', foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na casa de um dos integrantes do grupo. No local foi encontrado um tablete de crack, além de vários outros pedaços. O delegado afirma ainda que o material apreendido corrobora com a motivação do crime e reafirma também o crime de extorsão.
Durante a investida a uma residência, os policiais encontraram uma carta que o suspeito teria escrito para sua mãe. Nela, existem informações de que ele pretendia largar o crime, e pedia desculpas à mãe. A polícia suspeita de que a vítima pretendia arrendar a boca de fumo.
O assassinato
A vítima exercia a função que no mundo das drogas é conhecida como “gerente de pista”, ou seja, era o responsável por recolher o dinheiro da venda de drogas e fazer a contabilidade.
Em outubro de 2020, a Polícia Militar apreendeu grande quantidade de drogas na casa da vítima. Por este motivo, foi cobrado pelo chefe da quadrilha o pagamento dessa dívida, estimada em R$ 4 mil. Como garantia, integrantes da organização criminosa tomaram-lhe a moto.
Para pagar a dívida, a vítima adquiriu drogas em nome do chefe do tráfico e em quantidade superior à usualmente operada por ele, mas não conseguiu pagar o débito. O fornecedor cobrou a dívida do chefe do grupo e de seu irmão. Foi quando decidiu-se pela morte do “gerente de pista”.
Os policiais descobriram, também, que a vítima tinha desavenças com outros integrantes da quadrilha, e estes foram incumbidos da execução do crime. A vítima foi atraída para uma emboscada, no Beco da Paz, em frente à casa dos matadores.
Ele foi executado com um tiro, seguido de esfaqueamento e agressões físicas, cometidas por todos os envolvidos. Um dos suspeitos, irmão do chefe do tráfico, figurou como mandante intermediário da ação.
A seguir, um dos envolvidos passou a extorquir a mãe da vítima para que essa lhe pagasse a dívida contraída pelo filho, de R$ 20 mil. “Logo após a morte, foram encontradas na residência anotações, que serviram para esclarecer a motivação e até mesmo a autoria do crime. Essas anotações faziam referência ao chefe do tráfico e ao irmão deste”, diz o delegado, que afirma, ainda, que o assassinato foi cometido com crueldade.