Cinquenta leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria serão desativados do hospital de campanha de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A decisão partiu do Comitê Macrorregional COVID-19 após reunião, nesta sexta-feira (1/10). Ela foi baseada na queda da taxa de internação hospitalar.
Este é o segundo anúncio de desmobilização feito esta semana pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) na macrorregião Oeste. Ao menos 130 já foram desmobilizados e irão atender a outras doenças. Já os do hospital de campanha serão totalmente encerrados.
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Os leitos de UTI passarão dos atuais 169 para 139. Eles são responsáveis em atender a 54 municípios da macrorregião Oeste, população estimada em 1,2 milhão de habitantes.
Há oito semanas na onda verde do programa Minas Consciente, o comitê entendeu que o “cenário epidemiológico tem se mostrado igualmente favorável”.
Motivações
Ao listar as motivações, o comitê também apontou que há alternativas caso haja um eventual cenário de colapso no futuro. A Regional de Saúde recebeu ofícios do Complexo de Saúde São João de Deus, em Divinópolis, e do Hospital São Judas, em Oliveira, informando interesse e disponibilidade em abrir leitos extras.
O comitê também alegou a insuficiência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis para a absorção dos pacientes da microrregião. O hospital de campanha funciona junto com a unidade e parte da área foi revertida para os leitos COVID.
“O que causou a necessidade de reorganização na micro com porta de entrada em outros municípios”, informou.
Viraram porta de entrada Pará de Minas, Itaúna e Cláudio.
Desativação de leitos
A Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis terá 30 dias para concluir a desativação. Até 1º de novembro, deverão ser desmobilizados todos os 30 leitos de UTI adulto, 12 de enfermaria adulto e oito pediátrica.
“Caso haja desmobilização em data anterior, o município deve informar à Central Regional de Regulação Assistencial para fins de bloqueio dos leitos no SUSfácil”, comunicou.
Ficarão remanescentes na UPA 20 Leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar (LSVP).
A unidade será, novamente, conforme fluxo normal, a porta de entrada na rede (para cadastro no SUSfácil) dos pacientes COVID e não-COVID dos municípios: Divinópolis, São Sebastião do Oeste, Carmo do Cajuru, Araújos, Perdigão e São Gonçalo do Pará.
“Uma vez dada a entrada, a regulação SUSfácil encaminhará os pacientes para a porta disponível mais próxima”, explicou.
A microrregião Divinópolis contará, a partir de então, apenas com 12 leitos UTI no Complexo de Saúde São João de Deus.
As mesmas vagas também deverão atender aos demais municípios da macrorregião Oeste, em especial os casos de alta complexidade, por exemplo, COVID-19 associados a outras comorbidades (oncologia, hemodinâmica, gestação de alto risco, cirurgia torácica, etc).
“Assim, orienta-se à Central Regional de Regulação Assistencial buscar e manter vagas nesses leitos, evitando a lotação”, orientou.
Custo
Desde o início do funcionamento o Hospital de Campanha custou R$30,8 milhões, aos cofres públicos. Foram cinco aditivos, o último deles com data até 31 de outubro deste ano.
• 1º aditivo: 23/03/2020 a 13/09/2020
• 6 parcelas de R$ 1.476.663,16
• 2º aditivo: 13/05/2020 a 13/10/2020 (referente ao aumento de leitos)
• 5 parcelas de R$ 625.554,10
• 3º aditivo: 01/01/2021 a 01/05/2021
• 4 parcelas de 1.336.000,00 (20 leitos Clínicos e 25 leitos UTI)
• 4º aditivo: 01/05/2021 a 31/08/2021 4 parcelas de 2.250.000,00 (40 leitos clínico e 30 UTI)
• 5º aditivo: 01/09/2021 a 31/10/2021 2 parcelas de 2.250.000,00 (40 leitos clínico e 30 UTI)
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Divinópolis, porém não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Segundo anúncio
Este é o segundo anúncio de desativação do hospital de campanha deste a implantação. O primeiro foi no final de outubro do ano passado, quando a macrorregião também estava na onda verde. Ele seria desmobilizado gradualmente até janeiro deste ano.
Entretanto, o aumento de caso e de hospitalização fizeram a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recuar e a ampliar o número de leitos até então disponíveis.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
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