Um homem foi condenado a 54 anos e seis meses de prisão por dois homicídios duplamente qualificados, dois estupros e uso de falsa identidade. Os crimes ocorreram em dias seguidos de março de 2019, no mesmo trecho da rodovia BR-381 (Fernão Dias), entre Pouso Alegre e Estiva, no Sul de Minas.
A sentença é do Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Pouso Alegre e saiu no último dia 21 de setembro. A notícia foi divulgada nesta semana pela assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O réu, de 47 anos, foi denunciado pelo MPMG, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Pouso Alegre.
O Conselho da Sentença acolheu as teses apresentadas pela promotoria, entre elas o uso de meio cruel, traição e recurso que dificultou a defesa de uma das vítimas.
Primeiro assassinato
O primeiro assassinato ocorreu numa sexta-feira, 15 de marco de 2019. O corpo de um homem foi encontrado às margens da rodovia Fernão Dias, na altura do quilômetro 878, no município de Estiva. A vítima aparenta ter 50 anos e foi encontrada com roupas, mas, segundo a polícia, também tinha marcas de espancamento.
De acordo com a denúncia do MPMG, o réu atacou a vítima do sexo masculino usando um objeto cortante até que ele ficasse debilitado para, em seguida, estuprá-lo. Depois disso, o condenado desferiu novos golpes na cabeça da vítima, que causaram a sua morte.
Segundo homicídio
O segundo assassinato ocorreu na noite seguinte. Na denúncia, o MPMG relata que o réu desferiu golpes com uma barra de ferro na cabeça da vítima pelas costas, enquanto os dois mantinham relações sexuais com consentimento.
Porém, com os golpes, o homem atacado ficou desacordado e o condenado continuou a manter relações sexuais com ele, o que configura crime de estupro de vulnerável. Após o estupro, o réu desferiu novos golpes. A vítima foi socorrida, mas morreu ao dar entrada no hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre.
Agressor preso em flagrante
O autor dos crimes, na época com 45 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar (PM). Quando foi identificado e abordado pela PM após o segundo crime, devido a imagens capturadas por câmeras de segurança no local do assassinato, o réu apresentou documento de uma terceira pessoa, com o objetivo de ocultar seu passado criminoso e incriminar alguém no seu lugar. A conduta configurou uso de falsa identidade.
Segundo a denúncia do MPMG, o denunciado agiu com extrema brutalidade e crueldade, demonstrando frieza incomum e ausência de piedade pela vida humana. O réu não poderá recorrer em liberdade.