O período de
chuvas
começou e Belo Horizonte já vê os efeitos das obras contra enchentes e alagamentos na cidade. O superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), diz que, mesmo com obras em andamento, a (avenida)
Vilarinho
"passou no teste" com os primeiros sinais de temporal da última semana. “O problema da Vilarinho num geral está sendo resolvido. Aos poucos, as obras vão diminuindo os problemas que temos ali”, afirmou em entrevista ao
Estado de Minas
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Somente nos três primeiros dias de outubro já choveu 35% do esperado para o mês na região de Venda Nova, segundo a Defesa Civil de BH. A obra que já está quase no fim e “passou no teste” é a chamada Córrego do Nado – Lareira e Marimbondo. Trata-se da primeira fase das obras de prevenção de enchentes em Venda Nova. São intervenções para tratamento de fundo de vale e controle de cheias nos afluentes Córrego Marimbondo e Córrego Lareira, com construção de bacia de detenção do Córrego Lareira. Houve investimento de aproximadamente R$ 40 milhões e a previsão de conclusão é no 1º semestre de 2022.
“Na Vilarinho temos três obras importantes em andamento. A primeira etapa é do Marimbondo, iniciada em maio de 2019, com previsão de término no 1º semestre de 2022, mas já está em funcionamento. Essa bacia vai reter aproximadamente 30 milhões de litros de água. Já está auxiliando bastante na questão das enchentes”, afirmou Castilho.
A segunda etapa de obras de prevenção de inundações é a implantação de uma estrutura hidráulica de captação dos escoamentos superficiais (caixa de captação) no emboque do Ribeirão Isidoro, localizado na Avenida Vilarinho com a Rua Doutor Álvaro Camargos e Rua Maçom Ribeiro, onde alagamentos são frequentes. “A segunda etapa é de uma caixa de 10 milhões de litros de água, que funcionou completamente agora na chuva, um grande teste pra nós. Ela é para escorrer a água que corre sobre a pista. Ali enchia bastante e agora a bacia retém essa água e vai escoando naturalmente para o córrego”, explicou.
A construção dessa estrutura de captação em forma de caixa – com área aproximada de 2.500 metros quadrados e volume da ordem de 10 mil metros cúbicos (10 milhões de litros) teve investimento de aproximadamente R$ 12,8 milhões. “Já funcionou agora, a caixa encheu e escoou a água e estamos bem satisfeitos que o funcionamento está em plena carga já”, comemorou o superintendente. “Era pra acabar no início do ano que vem, mas a gente está terminando agora em outubro. Só está faltando agora terminar alguns detalhes, a BHTrans completar a sinalização e também vai ter um gradeamento em volta dela, que vai ser finalizado agora no mês de outubro”, acrescentou.
O que falta
A terceira etapa são os chamados Grandes Reservatórios – Vilarinho que começaram a ser feitos em abril. São obras e serviços de otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro para a implantação de dois reservatórios profundos – Vilarinho 2 e Nado 1 – e mitigação das inundações recorrentes na Av. Vilarinho e Rua Dr. Álvaro Camargos.
O investimento previsto é de R$ 124 milhões, com recursos financiados pela Caixa Econômica Federal. O prazo de execução dessa obra é de 36 meses. De acordo com a Sudecap, os dois reservatórios subterrâneos têm capacidade de armazenamento de aproximadamente 115 milhões de litros d’água cada um, incluindo a laje de cobertura.
“O problema da Vilarinho num geral está sendo resolvido. Aos poucos, as obras vão diminuindo os problemas que temos ali”, observou Castilho, lembrando também da importância das ações no período de seca, como a manutenção de bacias de detenção, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de córregos, contenção de encostas, além do trabalho preventivo de alerta e conscientização dos moradores das áreas de inundação da cidade. “Toda segunda-feira, a gente tem uma reunião com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, BHTrans, Defesa Civil e outros órgãos da PBH, que avalia como vai ser o impacto com as chuvas. Temos toda a análise climática e equipe de prontidão”, reforçou.
A prefeitura ressalta que “há ainda um Sistema de Monitoramento Hidrológico capaz subsidiar as ações de alerta e enfrentamento do risco de inundações, bem como acionar planos de bloqueio de vias durante as chuvas de maior intensidade”. Como ainda não teve alto volume de chuvas como o esperado para os meses de dezembro e janeiro, a esperança é de que as obras atendam à expectativa da população. “Cada dia que passa estamos sanando os problemas. São obras muito grandes, não se fazem de um dia para o outro. A gente está minimizando os problemas”, finalizou o superintendente.
Águas de outubro
O acumulado de chuvas (mm) entre 1º e 3/10 e percentual em relação ao volume esperado
Barreiro - 2,4 (40,5%)
Centro Sul - 44,2 (42,2%)
Leste - 35 (33,4%)
Nordeste - 28,2 (26,9%)
Noroeste - 62 (59,2%)
Norte - 7,6 (7,3%)
Oeste - 42,2 (40,3%)
Pampulha - 53,8 (51,4%)
Venda Nova - 36,6 (35%)
Média climatológica do mês - 104,7mm
Fonte: Defesa Civil de Belo Horizonte