A Polícia Federal cumpre 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes na operação Balada. Quem coordena a ação é a delegacia da PF em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
A organização operava um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
A droga era trazida os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, armazenada no Triângulo Mineiro e, posteriormente, distribuída a várias regiões do país, em especial os estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
As investigações revelaram, também, que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas. No curso dos trabalhos, foi apreendido um carregamento de oito fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, em Uberlândia. O armamento comercializado pelo grupo era adquirido no Mato Grosso do Sul, transportado para a cidade do mineira, e, posteriormente, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.
Para driblar a origem criminosa do patrimônio acumulado, a quadrilha utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.
Operação
A operação foi batizada de Balada pelo fato de os investigados ostentarem em redes sociais a organização de diversas festas de luxo, inclusive em outros países, realizando gastos elevados em tais eventos, com uso de iates e carros esportivos.
A operação foi deflagrada com apoio da Polícia Penal da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, que colaborou com um efetivo de 35 policiais penais, para custódia e transporte dos presos