Jornal Estado de Minas

SOLIDARIEDADE

Sorteio de camisas de Galo e Cruzeiro para bancar cirurgia de criança

A soldado da Polícia Militar Pâmela Camila estava fazendo uma ronda pelo Bairro Glória, Região Noroeste de BH, quando reconheceu um menino que viu nas redes sociais dias antes. Era Ryan Cleber Pinto Rodrigues, de 11 anos, que sofre de anemia falciforme SS, o estágio mais grave dessa doença. 



O diagnóstico foi feito quando ele tinha apenes 17 dias de vida e a única cura possível é por meio de uma cirurgia, inédita no Brasil. O pedido de ajuda que a soldado Camila viu nas redes sociais foi feito pela mãe de Ryan, a manicure Dayse Rodrigues, e o pai, o motorista Cléber Rodrigues de Souza. Ele também têm outro filho, Raíque, de sete anos. 

O casal estava tentando conseguir recursos para que o filho possa fazer a cirurgia, no Hospital Itaci, em São Paulo, ainda sem data.

 

“O Ryan terá de ficar internado por seis meses. Nós somos pobres e precisamos acompanhá-lo. Ryan terá de fazer um um transplante de medula óssea haploidêntico, ou seja, de uma medula que seja 50% com a dele. É um caso único, raro. O doador será o pai, Cleber”, conta a mãe.





 

A cirurgia será feita pelo SUS. Ryan foi encaminhado, segundo Dayse, para o hospital de São Paulo. "Essa será uma das primeiras cirurgias desse tipo, no Brasil. Será uma das primeiras, pois segundo os médicos, pouquíssimos casos foram registrados. Meu marido vai fazer a doação, já que é preciso apenas 50% de compatibilidade. A cirurgia só poderá ser feita em São Paulo. Nenhum outro hospital está capacitado para isso”, explica ela.


Os gastos, porém, são altíssimos. “Na primeira vez que fomos consultar, ficamos num hotel em Pinheiros, o mesmo bairro do hospital mas ficou muito caro. Para se ter uma ideia, a água mineral custava R$ 8. Da segunda, fomos para outro hotel, no Jardim Paulista, mas também ficou muito caro. Da terceira vez, eu levei comida, daqui de casa, para termos o que comer. O que tínhamos não dava para nos alimentarmos lá.”

Foi quando surgiu a ajuda da soldado Camila. "Ela parou na nossa porta e disse que queria nos ajudar a conseguir fazer a cirurgia do Ryan", recorda Dayse. A polícial acionou os colegas do batalhão e se comprometeu a ajudar na missão de conseguir viabilizar o tratamento. 



Colega de batalhão da soldado Camila, o soldado João Paulo conseguiu uma camisa do Atlético e outra do Cruzeiro, ambas autografadas por todos os jogadores. As camisas foram entregues, na última semana, a Ryan e Dayse. 

O objetivo agora é fazer uma rifa das duas camisas. As informações podem ser obtidas no Instagram, no endereço @ajude.o.Ryan, ou pelo telefone (31) 98424-5356. Cada número custa apenas R$ 5. “Primeiro, vamos rifar a camisa do Atlético. Depois a do Cruzeiro", detalha Dayse.


A última consulta de Ryan foi em agosto. A próxima, quando os médicos deverão marcar a data da cirurgia, será em novembro. "Nossa expectativa é grande. Toda ajuda será bem-vinda. Esse dinheiro será usado para que possamos ficar em São Paulo, por seis meses, enquanto ele estiver no hospital”, diz Dayse.

 

 

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