Nas ruas do Barro Preto, na Região Central de Belo Horizonte, o clima é de nostalgia. Ao menos para um grupo de idosos que, na manhã desta sexta-feira (8/10), roda o bairro dançando ao som de hits dos anos 60, 70 e 80.
São apenas duas voltas em torno do quarteirão do 12o Batalhão de Infantaria do Exército, animadas pelo saxofonista Roberto Bittar. Dona Dória Maria Vieira, no entanto, chegou ao local com espírito de maratonista.
"É quase um prêmio poder caminhar livremente, ver gente e interagir com as pessoas depois de tanto tempo de clausura por causa da COVID-19! A pandemia judiou muito dos idosos, então estou muito feliz com essa dancinha, sabe?", brinca a idosa de 75 anos.
A aposentada Haidee Gomes, de 62, é tímida, mas diz que, hoje, arriscou alguns passos de dança nas 'pistas' do Barro Preto. "Temos que comemorar! É um respiro depois de tantas tragédias, tanta tristeza, tanta melancolia", celebra a senhora.
Quem não quiser ou não se sentir apto a completar o trajeto, pode ficar no local apenas para apreciar a música. O único compromisso dos idosos é com o próprio bem-estar.
“É uma oportunidade para os idosos saírem de casa, e não existe a obrigação de completar o percurso, que será um grande passeio. Quem quiser participar só do aquecimento também pode! O que queremos é proporcionar este retorno gradativo ao cotidiano para este público tão afetado pela pandemia”, ressalta a coordenadora do projeto, Rafaela Santos.