Jornal Estado de Minas

PERIGO DENTRO DE CASA

Homem confessa estupro contra enteada de 13 anos dentro do quarto dela

Um homem de 39 anos foi preso em flagrante após confessar ter estuprado a própria enteada, de 13 anos, dentro do quarto dela. O autor alegou que cometeu o crime sexual durante um "momento de fraqueza", já que enfrenta uma crise no casamento. Ele aproveitou que a companheira estava sob efeito de remédios para curar uma depressão.




 
O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (11/10) no Bairro Jardim Elza Amuí, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O homem foi preso no mesmo dia, após a mãe da vítima ficar sabendo do estupro por uma amiga dela. A garoto disse que tinha medo de contar à mãe, já que ela atravessa uma forte depressão.
 

Crimes desde março

 
Aos militares, a adolescente afirmou que o padrasto entrou no quarto dela por volta das 2h46 de ontem, ainda de madrugada. O homem aproveitou que a companheira - e mãe da vítima - adormecia sob o efeito de remédios controlados.
 
O homem, mesmo sob as negativas da menina, cometeu o crime sexual. Após outras negativas da menina, o autor cessou o estupro e voltou para o próprio quarto. A vítima afirma que os abusos ocorrem há cerca de seis meses.




 
O suspeito confessou o crime ao contar detalhes para os policiais militares. O homem, no entanto, afirmou que o estupro só ocorreu uma única vez, diferentemente do que foi alegado pela adolescente.
 

Prisão e atendimento 

 
Após o o depoimento aos militares, ele foi encaminhado para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil, onde foi ratificada a sua prisão em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável. A PC de Uberaba, que investiga o crime, encaminhou o suspeito para a penitenciária da cidade.
 
A adolescente foi levada ao Pronto Atendimento (PS) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), onde ela permaneceu por aproximadamente 2 horas, quando foi atendida por assistente social, dois médicos pediatras e um médico ginecologista. 
 

O que diz a lei sobre estupro no Brasil?

De acordo com o Código Penal Brasileiro, em seu artigo 213, na redação dada pela Lei  2.015, de 2009, estupro é ''constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.''





No artigo 215 consta a violação sexual mediante fraude. Isso significa ''ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima''  

O que é assédio sexual?

O artigo 216-A do Código Penal Brasileiro diz o que é o assédio sexual: ''Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.''

Leia também: Cidade feminista: mulheres relatam violência imposta pelos espaços urbanos

O que é estupro contra vulnerável?

O crime de estupro contra vulnerável está previsto no artigo 217-A. O texto veda a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, sob pena de reclusão de 8 a 15 anos.

No parágrafo 1º do mesmo artigo, a condição de vulnerável é entendida para as pessoas que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, devido a enfermidade ou deficiência mental, ou que por algum motivo não possam se defender.



Penas pelos crimes contra a liberdade sexual

A pena para quem comete o crime de estupro pode variar de seis a 10 anos de prisão. No entanto, se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave ou se a vítima tiver entre 14 e 17 anos, a pena vai de oito a 12 anos de reclusão. E, se o crime resultar em morte, a condenação salta para 12 a 30 anos de prisão.

A pena por violação sexual mediante fraude é de reclusão de dois a seis anos. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

No caso do crime de assédio sexual, a pena prevista na legislação brasileira é de detenção de um a dois anos.

O que é a cultura do estupro?

O termo cultura do estupro tem sido usado desde os anos 1970 nos Estados Unidos, mas ganhou destaque no Brasil em 2016, após a repercussão de um estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro. Relativizar, silenciar ou culpar a vítima são comportamentos típicos da cultura do estupro. Entenda.

Como denunciar violência contra mulheres?

  • Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
  • Em casos de emergêncialigue 190.
 




audima