O empresário Pedro Lacerda, investigado pela morte do segurança Edson Carlos Ribeiro, de 42 anos, deixou o presídio Floramar, em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, na noite desta quarta-feira (13/10).
O pedido de liberdade provisória foi deferido na tarde de hoje pela Primeira Vara Criminal. A íntegra da decisão ainda não está disponível no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Lacerda estava preso desde o dia 26 de setembro, quando teve a prisão em flagrante revertida em preventiva. O empresário teve outros dois pedidos de liberdade provisória negados.
O terceiro pedido foi protocolado após a conclusão do inquérito e a apresentação do laudo pericial que apontou a causa da morte como mal súbito.
Ao apresentar o resultado, a Polícia Civil informou que Ribeiro sofria de cardiomiopatia hipertrófica. Além da perícia, a doença foi confirmada, segundo o órgão, por meio do histórico médico.
Desde 2017, o segurança fazia tratamento de hipertensão. Em 2018, ele foi diagnosticado com a doença cardíaca e teve os medicamentos ajustados. A doença, segundo as investigações, era desconhecida da família, incluída a esposa.
A perícia afirmou que a agressão sofrida pelo segurança não era suficiente para resultar na morte. Foram identificados um hematoma próximo da nuca e uma lesão acima do supercílios, todas internas, sem feridas.
“O estado de estresse que ele estava poderia ter causado arritmia, a morte súbita? Sim. A lesão que ele sofreu, se ele não tivesse nenhum problema cardíaco o levaria a morte? Não”, respondeu a médica legista Andressa Vinha Zauncio.
Ribeiro foi agredido por um soco enquanto trabalhava em uma festa no Parque de Exposições de Divinópolis. O uso do soco-inglês foi descartado pelos médicos legistas e também por um experimento técnico realizado pelos peritos.
Lesão Corporal
Lacerda foi indiciado por lesão corporal seguida de morte. A partir das provas colhidas pela Polícia Civil, a classificação pode ser alterada no decorrer do processo para lesão corporal leve.
“Cabe agora o Ministério Público emitir suas considerações, já que ele é o titular a ação penal”, destacou o delegado responsável pelo caso, Marcelo Nunes.
A reportagem tentou contato com o advogado de defesa, Willian Gomes, porém ele não foi localizado até a publicação desta matéria. A Polícia Civil informou que o empresário, inicialmente, negou o crime. Disse que estava sob efeito de álcool e que não se lembrava.
Os advogados que acompanham a família disseram que ainda vão se reunir para definir quais serão as medidas tomadas.
* Amanda Quintiliano, especial para o EM