Uma confusão envolvendo um motorista de aplicativo e um passageiro mobiliza a polícia no fim da manhã desta quinta-feira (14/10) no Bairro Piratininga, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O caso, que terminou em agressão, foi parar em uma delegacia da região.
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“E ele (passageiro) disse, ‘Engraçado, os motoristas acham ruim é de ir na frente, e você já quer que vá na frente’. Aí ele apelou e falou ‘Se você quiser, é assim. Se não quiser, pode sair você e sua família do meu carro’, e falou palavras de baixo calão”, conta.
Após o desentendimento, o passageiro desceu do carro com a família e disse que cancelaria a corrida. “Se você não teve um bom dia, não tem que descontar nas pessoas não”, teria comentado.
Ao dar as costas para o veículo, foi surpreendido pelo motorista, que o atacou com uma “gravata”. Segundo a parente do homem a mulher tentou defender o marido, mas foi empurrada para longe pelo motorista com uma única mão. Ela sofreu escoriações nos pés. O homem também bateu a cabeça do passageiro contra o capô do carro.
Ao dar as costas para o veículo, foi surpreendido pelo motorista, que o atacou com uma “gravata”. Segundo a parente do homem a mulher tentou defender o marido, mas foi empurrada para longe pelo motorista com uma única mão. Ela sofreu escoriações nos pés. O homem também bateu a cabeça do passageiro contra o capô do carro.
A mulher conta que as agressões só pararam quando um vizinho viu o que estava acontecendo e se aproximou. Antes de fugir do local, segundo ela, o motorista ainda deu ré e quase atropelou a família. Ela relata que há marcas de pneu na rua que mostram isso. O motorista ainda teria dito “Você é um babaca. Eu sei onde vocês moram”.
Ainda segundo ela, ao ligar para o 190, foi informada de que a PM já havia comparecido ao local. Foi quando eles souberam que o motorista havia chamado a polícia primeiro e estava registrando um boletim de ocorrência.
As vítimas, então, foram levadas para a mesma unidade da Polícia Civil para registrar o caso. A familiar conta que soube que o motorista alega que o passageiro tentou danificar o carro dele.
As vítimas, então, foram levadas para a mesma unidade da Polícia Civil para registrar o caso. A familiar conta que soube que o motorista alega que o passageiro tentou danificar o carro dele.
No início da tarde, as ocorrências estavam em andamento em uma delegacia da Região de Venda Nova. Fotos mostram o passageiro com diversas escoriações pelo corpo, como arranhões no pescoço, braços e pernas.
Ao Estado de Minas, a fonte contou que eles fizeram uma reclamação no aplicativo e que parte da agressão foi capturada por imagens de câmeras de segurança. A família, de acordo com ela, pretende entrar na Justiça com um processo por agressão e ameaça.
Motorista diz que foi agredido pelo passageiro
A Polícia Militar registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) com as versões dos dois envolvidos. No documento, ao qual o EM teve acesso, o motorista, que tem 29 anos, diz que foi chamado por volta das 9h15 e confirmou ter dito ao passageiro que não poderia seguir viagem com quatro pessoas no banco de trás porque poderia ser multado.
Ele disse que, mesmo sendo vetado pela empresa em função da pandemia, ele ofereceu o banco da frente para o cliente e falou sobre a possibilidade cancelar a corrida.
O motorista diz que foi o passageiro que reagiu, dizendo que o motorista estava sendo ignorante e começou a gritar, dando um soco no retrovisor. O condutor relatou à polícia que saiu do carro para tentar conter o homem e também levou um soco. O motorista diz que segurou o passageiro pelo pescoço e o jogou na direção de um muro. Depois, ele entrou no carro.
O parceiro do aplicativo disse também que o passageiro quebrou o para-brisa com um soco e saiu do local depois de o homem dizer que “iria pegar uma arma”. Depois disso, ligou para o 190.
A partir do TCO, as partes devem ser chamadas para uma audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte.
Resposta da Uber
A corrida foi solicitada por meio do aplicativo Uber. Em nota enviada à reportagem na sexta-feira (15/10), a empresa disse que considera inaceitável o uso de violência, e que desativou a conta do motorista parceiro enquanto as apurações estão em andamento. A empresa também confirmou que um dos protocolos de segurança no transporte durante a pandemia é a utilização do banco traseiro do carro. Confira o posicionamento na íntegra abaixo:
“A Uber considera inaceitável o uso de violência. Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados.
Este tipo de comportamento configura violação aos termos de uso da plataforma e a conta do motorista parceiro já foi desativada, enquanto aguardamos pelas apurações. A empresa permanece à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, na forma da lei.
Desde o início da pandemia no Brasil, a Uber vem adotando medidas de prevenção para amenizar os impactos causados pela crise da COVID-19. A Uber segue orientando seus parceiros e usuários sobre as recomendações e determinações das autoridades de saúde e autoridades locais e indica o uso de máscara, a utilização do banco traseiro do carro, janelas abertas para ventilação, além da higienização constante dos veículos como forma de prevenir o contágio da doença.”
(Colaborou Ivan Drummond)
(Colaborou Ivan Drummond)